O enviado especial da euronews falou em exclusivo com a figura mais importante do movimento revolucionário.
Foi em setembro de 2014, quando os Houthis tomaram a capital do Iémen, Sanaa, que o poder deste grupo se tornou visível.
Os Houthis têm como nome oficial Movimento Ansar Allah. É um movimento político-religioso sediado na cidade de Saada, no norte do país.
Depois da conquista da capital, os Houthis conseguiram tomar conta da maior parte do território do Iémen, até serem expulsos do sul pela coligação de países árabes, liderada pela Arábia Saudita.
Os Houthis acreditam incarnar uma revolução popular contra o governo do presidente Abed Rabbo Mansour Hadi, que qualificam de corrupto. Para muitos países árabes e na Europa, o que o grupo rebelde fez não foi mais que um golpe contra um presidente legítimo e eleito democraticamente.
O Iémen tem uma importância estratégica devido ao estreito de Bab al-Mandeb, que liga o Mar Vermelho ao Oceano Índico e serve de passagem a muitos petroleiros.
O enviado especial da euronews ao Iémen conseguiu uma entrevista exclusiva com um dos mais importantes líderes do movimento Ansar Allah, Mohamed Ali Al Houthi, que preside à mais alta autoridade no Iémen – O Comité Revolucionário. Quanto aos inimigos, não tem dúvidas: Os maiores são Israel e os Estados Unidos.
“Uma das mais importantes declarações de Israel é a que diz que o estreito de Bab al-Mandeb lhes coloca mais ameaças do que o programa nuclear iraniano. Com isso, revelaram os verdadeiros alvos nesta guerra contra nós. Quanto às justificações que foram dadas, como as nossas relações com o Irão ou sermos parte do plano deles para expandir a região, provou-se que tudo isso estava errado, diz Mohammed Ali al-Houthi.
Fotos: Manifestação contra os Estados Unidos e Israel (Mohammed Shaikhibrahim / euronews)
Apesar do aumento da intensidade dos ataques aéreos lançados pela Arábia Saudita e aliados, o domínio dos Houthis em Sanaa continua de pedra e cal. Alguns relatórios dizem que os Houthis controlam agora 70% das capacidades militares do Iémen, incluindo armas de importância estratégica, além de controlarem todos os aeroportos civis e militares.