François Hollande só agrada a 17% dos franceses

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De  Maria Barradas
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A 15 de maio de 2012, François Hollande subia os Campos Elíseos, no dia da tomada de posse, sob uma chuva diluviana.

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A 15 de maio de 2012, François Hollande subia os Campos Elíseos, no dia da tomada de posse, sob uma chuva diluviana. Quatro anos depois, muitos franceses dizem que esta chegada ao poder terá sido “premonitória” de uma “presidência catastrófica”. A um ano da nova eleição presidencial, Hollande bateu todos os recordes de impopularidade.

Os detratores denunciam um balanço muito negativo e o não cumprimento de promessas. Mas, se todos os balanços de mandato são contestáveis e todos os políticos falham no cumprimento das promessas, poucos cometeram o erro de renegar frequentemente as suas próprias convicções.

“O 49.3 é uma brutalidade. O 49.3 é uma negação da democracia. O 49.3 é uma forma de travar o debate parlamentar”, dizia Hollande, em 2006, sobre o artigo da constituição que o seu governo quer agora usar para aprovar a nova legislação laboral, sem voto no parlamento.

Com a mais baixa quota de popularidade de todos os presidentes da quinta república – 17% – ,François Hollande transmite a ideia de um presidente hesitante, perdido das ideias que sempre defendeu, e desconectado do país e dos cidadãos.

A frase, “Isto está melhor para a França, não necessariamente para todos os franceses, admito”, pronunciada durante uma entrevista, gerou grande controvérsia, numa altura em que se multiplicam os protestos nas ruas das cidades francesas.

O slogan “isto está melhor”, que inaugurou na televisão em Abril, não passa na opinião pública. Se os números confirmam esta visão, eles não abrandam a cólera dos franceses. A mobilização contra a lei laboral transformou-se num movimento de cidadania, as chamadas “noites em pé”, que representam o descontentamento dos cidadãos com este governo e com a política em geral.

Após uma subida nas sondagens pela gestão dos atentados de Paris, Hollande volta a deslizar com o debate sobre a perda da nacionalidade. Uma vez mais o presidente dá o dito pelo não dito:

“Devemos poder retirar a nacionalidade a um indivíduo condenado por atentado aos interesses fundamentais da nação, um ato terrorista, ainda que tenha nascido francês”.

O oposto da declaração de 2010:

“Será que vai melhorar a proteção e a segurança dos cidadãos? Não. É conforme à nossa história, às nossas tradições e à nossa constituição? Então porquê pôr em causa esses princípios essenciais?”

Num exemplo da incoerência de que é acusado, Hollande defendeu tudo e o seu contrário nesta matéria, acabando por retirar o projeto de lei.

Por estas e por outras, o presidente perdeu uma boa parte do eleitorado e do partido. Ainda na semana passada, os dissidentes tentaram uma moção de censura contra si.

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