Paris aguarda descida do Sena com alerta laranja e turismo paralizado

Na noite desta sexta-feira, o caudal do rio Sena, em Paris, chegou a superar seis metros, algo que não acontecia desde 1982. Ainda que o ritmo da subida das águas tenha diminuido, Paris continuava, na madrugada deste sábado, em alerta laranja.
As águas poderiam subir até seis metros e meio, na pior das hipóteses, segundo as previsõe mais pessimistas do Governo francês, o que, ainda assim, ficaria longe dos níveis atingidos em 1910, quando o rio superou 8,60 m.
A subida das águas do Sena em Paris concentram, uma semana depois do início dos temporais que afetam vários países europeus, as preocupações das autoridades.
#METEO Voici des photos aériennes de la Seine en crue https://t.co/FcV0TanGBvpic.twitter.com/PhEFX3ZFIV
— francetv info (@francetvinfo) June 4, 2016
A empresa pública de caminhos de ferro SNCF fechou a linha C dos serviços interubanos, que atravessa o centro da cidade, quase sempre, através de túneis e que é utilizada pelos turistas que visitam a Torre Eiffel e a Catedral de Nôtre-Dame.
Os museus do Louvre e de Orsay, entretanto, decidiram pôr a salvo algumas das suas obras por causa das copiosas chuvas e continuam fechados ao público, tal como o Grand Palais e a Biblioteca François Miterrand.
Alguns apartamentos próximos das margens do Sena, no decimo sexto bairro, ficaram inundados.
#CrueSeine et autres, #inondations, intempéries : à quoi faut-il s'attendre pour ce week-end ?
— francetv info (@francetvinfo) June 3, 2016
On fait le point ⬇️ https://t.co/MblHeFb5Hf
O presidente francês, François Hollande, deslocou-se na madrugada de sexta-feira para sábado ao museu do Louvre para animar as equipas que se ocupavam de evacuar as obras de arte.
Entretanto, a Câmara Municipal de Paris anunciou a abertura de dois locais para acolher as pessoas que vivem na cidade sem abrigo. No entanto, os serviços do município explicaram à Agência France Presse que não se previa que ninguém deixasse as suas casas na cidade e que não se esperava qualquer corte na distribuição de energia em Paris.
Desalojados no centro do país
Na região Centre-Val de Loire (a sul de Paris), 850 pessoas tiveram de deixar as suas casas em diferentes localidades, pois temia-se que um dique cedesse à pressão das águas do rio Cher, inundando a região.
No departamento de Meurthe-et-Moselle, região atualmente conhecida nos media franceses como Grand Est (nome provisório), 100 pessoas tiveram de deixar as suas casas na sexta-feira depois dos violentos vendavais registados e que contribuiram para uma rápida subida do nível das águas em vários municípios.
#Inondations dans la #Nièvre : Les niveaux d’eau baissent enfin ! >> https://t.co/EE7tsfbY6vpic.twitter.com/g6bN7D5abK
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No departamento de Seine-et-Marne (região de Paris Île-de-France), registava-se, na sexta-feira, uma lenta descida do nível das águas e as pessoas começavam com os trabalhos de recuperação e de cálculo dos prejuízos.
Prejuízos de 600 milhões de euros
Segundo o presidente da Associação Francesa de Seguradoras (AFA, pela sigla em francês), Bernard Spitz, os prejuízos provocados pelo temporal seriam de, pelo menos 600 milhões de euros.
Segundo a energética ENEDIS, cerca de 18 mil casas continuavam sem eletricidade na sexta-feira (2) à noite.
Desde o passado fim-de-semana, pelo menos 20 mil pessoas tiveram de deixar as suas casas e passar a noite em abrigos geridos pelos serviços de proteção civil e foram registadas mais de 16 mil ocorrências em todo o território continental francês.
#CrueSeine : URGENT-SNCF ferme
RERC_SNCF</a> en intra-muros après 16h. Consultez l'Info sur <a href="https://t.co/v6MyhhHGhn">https://t.co/v6MyhhHGhn</a> <a href="https://t.co/fJ0gUWLCru">pic.twitter.com/fJ0gUWLCru</a></p>— SNCF Newsroom (
SNCF_infopresse) June 2, 2016
A empresa pública de caminhos de ferro SNCF (Sociedade Nacional dos Caminhos de Ferro Franceses) refere que os custos relacionados com as cheias são “de ordem catastrófica” e que se contam em dezenas de milhões de euros. Guillaume Pepy, o presidente da SNCF, apelou ainda os sindicatos a fazer uma pausa no movimento grevista “por solidariedade” para com as vítimas das cheias, proposta rejeitada pelos trabalhadores, que protestam contra as alterações à atual lei do trabalho do presidente François Hollande.