Italianos escolhem este domingo líderes municipais numas eleições teste para o Governo Renzi

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De  Antonio Oliveira E Silva  com ANSA, RAI NEWS
Italianos escolhem este domingo líderes municipais numas eleições teste para o Governo Renzi

Cerca de 13 milhões de italianos votam este domingo (5) para eleger os dirigentes de mais de 1300 cidades em todo o país numas eleições que são vistas como um momento de avaliação para o presidente do Conselho de Ministros Matteo Renzi do Partido Democrático (centro-esquerda), no poder desde fevereiro de 2014. O Movimento 5 Estrelas (M5S), o mais importante dos partidos antissistema italianos, criado pelo ativista e comediante Beppe Grillo, espera que estas municipais sirvam para consolidar a presença do partido no poder local em Itália.

Roma, capital e cidade mais importante, é seguida atentamente pelos media e analistas nacionais, já que os resultados da capital terão um impacto muito forte na vida política do país, seja pelo facto de que o lugar de presidente da Câmara de Roma é um posto de prestígio cobiçado por todos os partidos, seja porque os resultados de cada partido na capital podem determinar mudanças a nível interno, uma vez conhecidos os resultados.

A capital italiana encontra-se, de resto, sem presidente desde outubro de 2015, quando Ignazio Marino (PD) deixou o cargo, pressionado pelo partido, depois de ter vindo a público a sua responsabilidade um escândalo relacionado com a gestão e gastos no município romano, conhecido como o caso Mafia Capitale e que supõe que um grupo de organizações de natureza mafiosa se teria apropriado de recursos destinados aos serviços públicos da cidade de Roma.

Os romanos têm agora a oportunidade de melhorar o estado das coisas e podem escolher entre quatro candidatos, que representam as grandes tendências políticas que dominam a paisagem política italiana neste momento.

A primeira nas sondagens é Virginia Raggi, jovem advogada de 38 anos do partido Movimento 5 Estrelas surgido em 2009. Nasceu e cresceu em Roma e diz conhecer bem os problemas da capital.

A direita apresenta-se dividida às eleições municipais em Roma Giorgia Meloni, apoiada pelos populistas de direita Fratelli d’Italia e pelos nacionalistas da Lega Nord apresenta-se contra o também candidato de direita Alfio Marchini, multimilionário e independente apoiado pela Forza Italia, de Berlusconi. Marchini parece ser o candidato natural do centro-direita e direita institucionalizados. Na maioria das biografias do candidato que podem ser encontradas online, é descrito como um “empreendedor, político e jogador de polo italiano”. O seu pai era membro do Partido Comunista Italiano e fez fortuna no setor da construção depois da Segunda Grande Guerra.

Roberto Giachetti é o candidato do Partido Democrático, do presidente do conselho Matteo Rizzi e representa o centro-esquerda nestas eleições. Correm os rumores de que Giachetti tem, na realidade, poucas hipóteses de ser eleito, uma vez que o homem que deixou a presidência do município, Marino, pertence ao PD e o presidente Renzi não queria sacrificar um possível homem forte do partido numas eleições que dava por perdidas, depois do escândalo Mafia Capitale.