Kerviel, o "trader solitário", vinga-se da Société Générale

A justiça francesa condenou esta terça-feira (7) o banco Société Générale a pagar 455 mil euros a Jérôme Kerviel, antigo trader ou corretor daquela instituição financeira, despedido em 2008 depois de descoberto um conjunto de fraudes cometidas pelo corretor, relacionadas com operações de mercado e que abalaram o mundo da alta finança.
O combate continua agora e sempre... até ao fim.
Ex-corretor da Société Générale
O tribunal estimou que Kerviel, agora com 39 anos, na altura conhecido como “o trader solitário”, foi despedido sem justa causa e em condições consideradas “humilhantes.” Considerou que o banco tinha conhecimento das operações realizadas pelo trader nos mercados antes de janeiro de 2008, altura em que foi dado a conhecer um dos mais importantes escândalos da finança internacional de todos os tempos. O banco tinha, segundo o tribunal, chegado dar o seu acordo para o pagamento de um bónus no valor de 300 mil euros em 2007. O tribunal recordou ainda que as operações de Kerviel tinham gerado fortes lucros para a instituição financeira sem que isso tenha permitido um enriquecimento pessoal do corretor.
Arnaud Chaulet, advogado do banco, denunciou, por seu lado, o que considerou como “uma decisão injusta” e disse que iria recorrer da sentença, recordando aos jornalistas que Jérôme Kerviel tinha sido “considerado culpado de práticas fraudulentas.”
A Socitété Générale defende que o Kerviel é o único responsável pelas fraudes cometidas, que fizeram com que a instituição perdesse 4,9 mil milhões de euros.
Mas este não é o fim da batalha do trader contra o seu antigo patrão, já que o trader tem novos encontros marcados em tribunal por outros processos contra a Société Générale.
Bravo à mes avocats!
DavidKoubbi</a> Benoît Pruvost et Julien Dami le Coz.<br>Le combat continue encore et toujours... jusqu'à la fin.<a href="https://twitter.com/hashtag/Increvables?src=hash">#Increvables</a></p>— Kerviel Jérôme (
kerviel_j) June 7, 2016
Jérôme Kerviel tinha sido condenado a restituir 4,9 mil milhões de euros à instituição, decisão posteriormente anulada pelos tribunais.
Em março de 2014, Jérôme Kerviel foi condenado a cinco anos de prisão, três dos quais efetiva, por abuso de confiança, falsificação e introdução fraudulenta de dados no sistema informático da Société Générale.