Juncker: "Brexit será nocivo para a UE e para o Reino Unido"

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A menos de três dias do referendo do “Brexit”, a euronews entrevistou em Atenas o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que abordou ainda temas como a Grécia, as migrações e as sanções

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A menos de três dias do referendo do “Brexit”, a euronews entrevistou em Atenas o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que abordou ainda temas como a Grécia, as migrações e as sanções à Rússia.

Stamatis Giannisis, euronews: “Senhor presidente, bem-vindo à Grécia e à euronews. A Europa está de olhos postos na Grã-Bretanha. Se os britânicos decidirem finalmente sair da União Europeia quais poderão ser os efeitos negativos para ambos?”

Jean-Claude Juncker: “Espero que os britânicos sejam conduzidos pelo bom senso, que é uma virtude britânica. Por isso espero que o resultado do referendo não seja o ‘Brexit’. Se for esse o resultado, será nocivo tanto para a União Europeia, como para o Reino Unido. Sem o Reino Unido, a União Europeia deixará de estar completa, faltará o pragmatismo britânico e a visão ‘com os pés assentes na terra’ que tantas vezes provaram ter os britânicos. A União Europeia não mudará de natureza, mas haverá um elemento em falta.”

euronews: “Olhemos agora para a Grécia: há um ano, estava a ponto de deixar a Zona Euro. Nos meses que passaram, o que mudou e em que medida está a União Europeia satisfeita com o ritmo das reformas introduzidas na economia grega?”

Juncker: “Eu lutei arduamente para que a Grécia continuasse na Zona Euro, com a perspectiva de que nem a União Europeia, nem a Zona Euro estariam completas sem os gregos. O que mudou? Algo mudou… Desde o Verão de 2015, ninguém defende seriamente o ‘Grexit’ e isso deve-se ao facto de que fomos capazes, com as autoridades gregas e as da Zona Euro, de concluir um acordo, que é respeitado por ambas as partes.”

euronews: “Então está satisfeito com o ritmo das reformas?”

Juncker: “Nunca estou satisfeito com o ritmo das reformas, em nenhum dos 19 países da Zona Euro… Mas a Grécia está a fazer esforços enormes. Sei que esses esforços são vistos por muitos gregos, sobretudo os mais pobres, como injustos. Também sei que o governo grego e os decisores da Zona Euro estão, em conjunto, a colocar uma grande responsabilidade sobre os ombros de cada cidadão grego. E admiro os gregos, pela forma como estão a lidar com esses problemas. Por isso, não estou satisfeito, mas estou mais satisfeito do que pensava que estaria, no Verão de 2015.”

euronews: “Para além da austeridade, a Grécia tem sofrido com o fluxo maciço de migrantes e refugiados. O acordo UE-Turquia parece estar a cair por terra. Há um plano B, caso a Turquia abandone o acordo, como ameaça Ancara?”

Juncker: “Quando estava em campanha, em março, abril, maio e junho de 2014, para as eleições europeias, sempre defendi uma atitude distinta no que diz respeito à Grécia, à Itália, a Malta e a outros países que não podemos deixar sozinhos face às consequências de um problema global. A crise migratória é um problema global. Temos de apoiar os países na linha da frente, como a Grécia, e estamos a tentar fazê-lo o mais possível. Estamos a gastar muito dinheiro, de forma correta, para apoiar as autoridades gregas e penso que o acordo concluído entre os 28 Estados-membros e a Turquia é um acordo com resultados comprovados, porque o número de refugiados que vêm da Turquia para as ilhas gregas desceu de forma drástica. Por isso, penso que este acordo está a funcionar e espero que todas as partes envolvidas e que os europeus, em particular os gregos e os turcos, façam tudo para garantir que o acordo continua a ser um sucesso.”

euronews: “Outro assunto que está a afetar a economia grega, sobretudo os produtores gregos, é o embargo russo aos produtos europeus, na sequência das sanções impostas por Bruxelas a Moscovo, depois da crise ucraniana. Vê alguma hipótese para a melhoria da situação, seja com um levantamento do embargo do lado russo ou com uma atenuação ou remoção das sanções europeias a Moscovo?”

Juncker: “Estive em São Petersburgo na semana passada, a participar em reuniões com o presidente Putin, e deixei bastante claro, tanto no meu discurso, como no diálogo com o presidente russo, que o acordo de Minsk deve ser implementado. Para simplificar, quanto mais houver uma implementação do acordo de Minsk, menos sanções existirão. Mas existe uma interconexão entre o acordo de Minsk e a implementação e gestão das sanções. De momento, é bastante claro que em junho as sanções serão mantidas. Mas, durante os próximos seis meses, será preciso avaliar se houve um progresso suficiente em termos da implementação do acordo de Minsk para permitir um levantamento parcial das sanções.”

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