Convenção nacional republicana: "Donald Trump não está a alargar o eleitorado, está antes a encolhê-lo"

Convenção nacional republicana: "Donald Trump não está a alargar o eleitorado, está antes a encolhê-lo"
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O balanço da convenção nacional republicana em Cleveland, Ohio, e do que daí resulta para Donald Trump enquanto candidato à Casa Branca, pelo correspondente da euronews em Washington DC

PUBLICIDADE

Chris Cummins, jornalista da Euronews em Lyon
Estamos com Stefan Grobe em Washington DC.
Olá, Stefan.
Apesar das divisões republicanas a campanha para a Casa Branca está em marcha para Donald Trump e isso significa votos… como é que vai ele alargar a base de apoio além do grupo de eleitores composto por operários brancos?

Stefan Grobe, correspondente da Euronews em Washington DC
O facto é que ele não está a alargar a base eleitoral, está antes a diminui-la.
Se olharmos para a convenção, o que ele fez foi lançar o isco à base republicana e isso foi basicamente transformar republicanos dos 7 costados em republicanos dos 10 costados. Isso não vai efectivamente ajudá-lo.
Além disso, o apoio dos republicanos, agora, é de 70 a 75 por cento, de acordo com as sondagens, e devia ser bastante maior, acima dos 90.
Mitt Romney tinha 93% quando saiu da convenção há quatro anos e Mitt Romney puxou todos os cordelinhos, tentou agradar a todos os eleitores brancos, mas este ano é diferente porque o eleitorado cristão branco, que é tracionalmente a base republicana, está a diminuir e Donald Trump é só Donald Trump. É uma celebridade que surgiu de repente na cena política a dizer que os líderes republicanos são estúpidos e corruptos, enquanto eu não sou estupido, nem corrupto, votem em mim!
Isso não vai necessariamente ajudá-lo se procura apoio entre minorias, especialmente da comunidade latina, o único grupo eleitoral que está a crescer, a crescer consideravelmente. Se se tem quatro ou cinco latinos que dizem que não vão votar em Donald Trump, a queda de Trump será rápida, vai ser uma batalha dura e não vejo que isto esteja a acontecer, especialmente se ele continuar a fazer comentários incendiários que alienam não só latinos mas também afro-americanos, mulheres em particular, a comunidade LGBT, muçulmanos e podia continuar…

Chris Cummins, jornalista da Euronews em Lyon
Sabemos o que Trump pensa de Clinton, com as suas mentiras sobre Hillary, mas o ódio franco dirigido pelos republicanos à ex primeira dama é surpreendente na ferocidade. Por que achas que isto acontece?

Stefan Grobe, correspondente da Euronews em Washington DC
Os republicanos odeiam os Clinton, Bill e Hillary Clinton, porque nunca foram capazes de o derrotar. Bill Clinton sobreviveu a uma série de escândalos, alguns deles sérios, outros inventados e os republicanos nunca conseguiram atingir Bill Clinton, não souberam lidar com ele e acreditaram desde o primeiro dia que Clinton tinha ganho a presidência que era deles por direito.
Assim, Trump, e muitos outros candidatos republicanos fazem o mesmo, baseia a sua campanha na esperança de que o ódio anti-Clinton funcione e eu acho que eles vão ver que estão enganados.

Chris Cummins, jornalista da Euronews em Lyon
Vamos agora olhar para os democratas que preparam a sua convenção em Filadélfia…
Que táticas achas que vão adotar para travar o carro de assalto do populismo de Trump?

Stefan Grobe, correspondente da Euronews em Washington DC
Acho que a campanha de Clinton vai tentar jogar muito, muito pelo seguro. Não há razão para pânico, certo? Agora ela está à frente nas sondagens e esteve durante os últimos meses e se a história das sondagens nos dá alguma indicação, vemos que as pessoas formam a sua opinião entre maio e julho e ela tem estado consistentemente na dianteira, por vezes por margens substanciais.
Ela tem mais dinheiro, tem uma infraestrutura e uma base bastante maior, que Trump não tem e, claro, ela tem o mapa eleitoral a seu favor.
A menos que Clinton cometa um erro crasso, do tipo terramoto, e não vejo que isso possa acontecer, ela tem a eleição garantida.

Chris Cummins, jornalista da Euronews em Lyon
Vamos acompanhar os acontecimentos com interesse.
Stefan Grobe, em Washington DC, muito obrigado por te juntares a nós.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Camião fica pendurado de uma ponte após acidente

TikTok em risco nos Estados Unidos

Presidente dos EUA ataca Putin e Trump no discurso do Estado da União