As imagens passaram na televisão, vezes sem conta, mostrando um motociclista que tentou, com todas as suas forças, travar o camião que matou 84 pessoas, na marginal de Nice, no Dia da…
As imagens passaram na televisão, vezes sem conta, mostrando um motociclista que tentou, com todas as suas forças, travar o camião que matou 84 pessoas, na marginal de Nice, no Dia da Bastilha.
Franck decidiu contar agora a sua história: “Queríamos ir ver o fogo-de-artifício, mas atrasámo-nos e não conseguimos. Mas eu disse à minha mulher para irmos na mesma comer um gelado à marginal. As pessoas estavam a regressar calmamente da praia, onde tinham visto o fogo-de-artifício, e, então, o camião ultrapassou-me no passeio pela direita. Ele devia ir a 80/ 90 quilómetros por hora. Não sei. Foi tudo muito rápido. Vi pessoas a serem projetadas, a serem atingidas pelo camião, que se desviava do passeio para a estrada. O camião seguia metade no passeio, metade na estrada. Eu sabia que o meu filho estava na Praça Massena, no final do Passeio dos Ingleses. Comecei a perseguir o camião, com a minha mulher atrás de mim. Eu queria alcançar o volante para parar o camião. Comecei a bater-lhe com todas as minhas forças. Atingi-o na cabeça, no corpo e tentei tirá-lo do camião. Não consegui. Fiquei cara a cara com ele. Ele tinha uma arma na mão. Pareceu-me que estava a recarregar a arma, mas não funcionava. Ele tentou atingir-me, mas não funcionou. O seu olhar era frio, sem emoção. A dado momento, ele atingiu-me na cabeça com a arma. Eu caí, mas imediatamente voltei a subir e continuei a bater-lhe sem parar… Continuei… Estava disposto a morrer…”