“Dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde”.
PUBLICIDADE“Dentro dos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde”. Foi assim que o Brasil declarou a qualidade do ar do Rio de Janeiro na sua candidatura oficial ao acolhimento dos Jogos Olímpicos.
Rio's Olympic air: Dirty, deadly and no cleaner legacy from Games – Reuters https://t.co/Gn4ddbRqlY
— Air Pollution new (@AirPollutionnew) August 1, 2016
Não era verdade em 2009, quando ganhou a candidatura. Não é verdade agora, a 3 dias do início dos Jogos, segundo análise feita aos dados governamentais e um teste feito pela Reuters.
Paulo Saldiva, patologista da Universidade de São Paulo e membro do comité da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estabeleceu índices de poluição mais rigorosos em 2006 afirma que este “não, é, definitivamente, um ar Olímpico. Tem sido dada muita atenção à poluição da água do rio de Janeiro, mas muito mais pessoas morrem de poluição do ar do que da água. Não se é obrigado a beber água da Baía de Guanabara, mas tem de se respirar o ar do Rio”.
Rio’s most dangerous levels of deadly air pollution are at the Olympic Stadium https://t.co/OnhEwDgXmD
— Quartz (@qz) August 1, 2016
O Rio ultrapassa há anos o limite da Organização Mundial de Saúde para o mais perigoso dos poluentes, a matéria particular (MP), que é emitida pelos milhões de veículos na cidade. Desde 2008, este valor é cerca de duas a três vezes mais alto que o limite anual indicado pela OMS.
Tânia Braga, chefe de sustenttabilidade e legado para o comité organizador dos Olímpicos do Rio, declarou: “Quando se fala sobre qualidade do ar, não se pode avaliar apenas a MP e outros poluentes no Rio de Janeiro, como o dióxido de nitrogénio e dióxido de enxofre estão confortavelmente dentro dos limites da OMS.”
Segundo Saldiva, “os danos de saúde associados a poluição MP são os mais severos de todos os poluentes”, o que faz do ar do Rio de janeiro um ar muito pouco respirável.
A OMS diz no seu sítio online que a poluição do ar causou 3.7 milhões de mortes prematuras no mundo todo em 2012 e que essas mortes eram devidas à exposição a MP10 (o nome deve-se ao facto da matéria particular ter o diâmetro de 10 mícrons ou menos, 7 vezes mais pequeno que o de um cabelo humano).
Milhares de pessoas morrem anualmente na área metropolitana do Rio devido a complicações relacionadas com a qualidade do ar.
De acordo com a agência de protecção ambiental estatal, Inea,o Rio de Janeiro tem o ar mais sujo de quaisquer Jogos Olímpicos de que há registo desde o final dos anos 80, excepção feita a Pequim.