O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos condenou as proibições decididas em França.
A ONU entrou no debate sobre o burquíni em França. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas criticou a decisão de alguns municípios franceses de proibir, nas praias, o fato completo usado, sobretudo, por mulheres muçulmanas.
Para a ONU, a desculpa da segurança e da luta antiterrorista não faz sentido. O porta-voz do Alto Comissariado foi duro nas palavras: “Esta é uma reação estúpida em relação aos ataques terroristas. Não faz nada para aumentar a segurança e não melhora a ordem pública em nada. Tudo o que faz é estimular as fricções, logo, é nociva à ordem pública e é contraproducente”, disse Rupert Colville.
O Conselho de Estado, mais alta instância constitucional em França, rejeitou a proibição num dos municípios, o que deve abrir um precedente.
O primeiro-ministro Manuel Valls insiste em apoiar a proibição e até faz um paralelo com Marianne, o símbolo da República Francesa: “Já que discutem o tema – e ainda bem que o fazem – e falam de Marianne, Marianne é o símbolo da República. Tem um dos seios descoberto porque alimenta o povo e não usa véu porque é livre. É isso a República. Assim é Marianne e é isso que devemos enaltecer”, disse num comício do Partido Socialista em Colomiers.
Assumons le débat sur le burkini – retrouvez mon texte sur ma page Facebook : https://t.co/C5z8mshyf2
— Manuel Valls (@manuelvalls) August 26, 2016
O burquíni entrou também no debate para as presidenciais do próximo ano. À direita, Nicolas Sarkozy quer um alargamento das interdições. Já o adversário Alain Juppé diz que não deve haver aproveitamentos do tema e uma proibição a nível nacional não seria a melhor resposta.
C'est une provocation d'un islam politique qui teste la résistance de la République #burkini#ToutPourLaFrance#RTLMatin
— Nicolas Sarkozy (@NicolasSarkozy) August 29, 2016