Brexit: Construtores automóveis receiam eventuais taxas alfandegárias

Brexit: Construtores automóveis receiam eventuais taxas alfandegárias
De  Patricia Cardoso  com AFP, Reuters

Os construtores automóveis estão preocupados com as consequências do Brexit para os negócios.

Os construtores automóveis estão preocupados com as consequências do Brexit para os negócios. A questão foi evocada pelo patrão da Nissan à margem da apresentação do novo Micra, no Salão Automóvel de Paris.

É muito difícil tomar decisões em termos de investimento ou vislumbrar o futuro se não sabe como serão as relações entre o Reino Unido e o resto da Europa, o seu principal parceiro comercial.

Carlos Ghosn Presidente da Renault-Nissan

Carlos Ghosn estima que, antes qualquer investimento do grupo na fábrica de Sunderland, no Reino Unido, Londres deve comprometer-se a compensar eventuais taxas aduaneiras que poderão vir a ser impostas devido ao Brexit: “É muito difícil tomar decisões em termos de investimento ou vislumbrar o futuro se não sabe como serão as relações entre o Reino Unido e o resto da Europa, o seu principal parceiro comercial. Se, por exemplo, forem aplicadas taxas alfandegárias a produtos provenientes do Reino Unido para a Europa será muito prejudicial para o desenvolvimento da nossa presença no Reino Unido”.

No início de 2017, a Nissan terá de decidir se investe ou não na fábrica de Sunderland para produzir o novo modelo Qashqai. Na fábrica trabalham 6700 pessoas e a Nissan produz dois terços dos carros que vende no mercado britânico. A marca teme vir a perder o acesso ao mercado único europeu, no final das negociações entre Reino Unido e a União Europeia.

Jaguar Land Rover exige tratamento igual

A marca britânica Jaguar Land Rover reconhece que, desde a vitória do Brexit, ouve uma queda da procura no mercado europeu. O construtor de carros de luxo estima, com a aplicação de taxas alfandegárias, seria duplamente penalizado. Por isso, ameaça ponderar também os investimentos e exige que todos os construtores sejam tratados da mesma forma pelo governo.

A preocupação é expressa também pela associação britânica de construtores automóveis. O organismo alerta para a eventual perda de competitividade do setor e pede ação ao executivo.

Mais de 810 mil britânicos têm empregos ligados à indústria automóvel.

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