13 de novembro: A noite quando o terrorismo levou a morte a Paris e Saint-Denis

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De  Nelson Pereira
13 de novembro: A noite quando o terrorismo levou a morte a Paris e Saint-Denis

Foi no exterior do Estádio de França, em Saint-Denis, ao norte de Paris, que tiveram início os atentados comandados pelo Daesh na noite de 13 de novembro de 2015.

Jogava-se a partida entre a França e a Suécia, qualificativa para o campeonato do mundo de futebol, quando três homens se fizeram explodir. A única vítima mortal foi um português, Manuel Dias.

Os primeiros tweets que falam dos ataques surgem às 21h18, menos de um minuto após a primeira explosão na proximidade do Stade de France.

Dez minutos depois, uma primeira série de tweets é publicada em Paris. Habitantes das 10ª e 11ª freguesias da capital francesa referem tiros. O primeiro ataque em Paris acaba de acontecer, às 21h25, na rua Alibert e na rua Bichat, em frente do bar Le Carillon e do restaurante Le Petit Cambodge. Três terroristas disparam sobre as esplanadas. Dois deles põe-se em fuga, o terceiro faz-se explodir.

Às 21h35 as emissoras televisivas começam a informar sobre as explosões.

Cinco minutos depois dos primeiros disparos mortíferos perto do hospital Saint-Louis, ouvem-se outros na rua de la Fontaine au Roi, rua de Charonne e boulevard Voltaire. O primeiro tweet é publicado às 21h39.

O ataque mais longo e mais mortífero teve lugar na sala de espectáculos do Bataclan, onde 1.500 pessoas assistiam a um concerto. O primeiro tweet sobre o massacre é publicado às 21h49.

Às 21h59, surge um primeiro vídeo Periscope em direto da zona próxima do Bataclan, antes da chegada das equipas de televisão.

O hashtag #PrayForParis (“rezemos por Paris”) aparece pela primeira vez às 22h02. É rapidamente adotado e será utilizado mais de 6,7 milhões de vezes em dez horas nos cinco continentes.

Pelas 22 horas, uma pessoa que está na perto do Bataclan evoca uma “carnificina” e pede socorro. As suas mensagens vão ser retweetadas mais de um milhar de vezes.

Às 22h16 a emoção alastra ao Instagram e ao Facebook. Às 22h34, o jornalista Sylvain Lapoix lança o hashtag #PorteOuverte, para informar sobre os parisienses que se prontificam a oferecer um refúgio às pessoas que estão longe de casa. Mais de um milhão de tweets com este código serão publicados no espaço de dez horas.

Os atentados daquela noite causaram 130 mortos – 90 dos quais no Bataclan – e mais de 400 feridos, 20 dos quais continuam hospitalizados, um ano depois.

Ao todo, aconteceram seis ataques terroristas. O primeiro em Saint-Denis, o segundo na 10ª freguesia de Paris, diante do restaurante Le Petit Cambodge e do bar Le Carillon. Os seguintes aconteceram na 11ª freguesia da capital francesa: o terceiro na cervejaria Brasserie Café Bonne Bière e no restaurante Casa Nostra, o quarto no Bataclan, o quinto no bar La Belle Équipe e o último no bar-restaurante Comptoir Voltaire, onde Brahim Abdeslam se fez explodir.

No dia seguinte, os parisienses encheram de flores as esplanadas destes locais. Paris tinha acabado de viver os primeiros atentados suicidas com a marca do Daesh.