Cidadão europeu detido na Hungria por "ato de terror" e ajuda à migração ilegal... dos pais

Cidadão europeu detido na Hungria por "ato de terror" e ajuda à migração ilegal... dos pais
De  Francisco Marques com Andrea Hajagos
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O caso aconteceu em setembro do ano passado e esta semana teve um desfecho negativo em tribunal para um sírio, residente legal no Chipre, que apenas tentava alegadamente ajudar os pais a fugir da guer

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Centenas de pessoas manifestaram-se este sábado em Budapeste contra a condenação em primeira instância de um sírio com passaporte europeu a 10 anos de prisão.

Ahmed Hamed foi julgado por pressuposto “ato de terror” e considerado culpado por alegadamente ter promovido em setembro do ano passado confrontos com as autoridades após cruzar a fronteira oriundo da Sérvia e de ter ajudado migrantes a entrar na Hungria de forma ilegal.

Um dos manifestantes disse à euronews que “o problema deste veredicto é que coloca os refugiados como criminosos e agora estão a tentar criar esse precedente jurídico”. “Os refugiados não são criminosos. São apenas pessoas desesperadas a tentar fugir da guerra”, defendeu Dávid Veres.

Ahmed Hamed, de 40 anos, vive no Chipre, onde tem mulher e dois filhos e estaria apenas a tentar ajudar migrantes familiares a entrar na Europa através da Turquia e da chamada rota dos Balcãs.

Apesar de ter passaporte europeu, foi detido à entrada da Hungria, com mais dez migrantes, dois deles os próprios pais. Os migrantes foram julgados por entrada ilegal na Hungria e condenados à prisão e expulsão do país.

Três deles, incluindo os pais de Ahmed, têm pena suspensa devido a problemas de saúde: um está dependente de uma cadeira de rodas, a mãe de Ahmed é diabética e o pai necessita do apoio de uma bengala para se movimentar.

Ahmed Hamed foi julgado sob acusação de “ato de terror” e condenado a 10 anos de prisão, mas correspondente da euronews em Budapeste, Andrea Hajagos, sublinha que “o veredicto ainda não é final”. “Tanto a defesa como a acusação recorreram da sentença e, por isso, o caso vai transitar para a segunda instância”, conclui.

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