O Parlamento Europeu, em Estrasburgo entrega, esta terça-feira, o prémio Sakharov a duas defensoras da etnia Yazidi.
O Parlamento Europeu, em Estrasburgo entrega, esta terça-feira, o prémio Sakharov a duas defensoras da etnia Yazidi. Nadia Murad e Lamiya Aji Bashar foram vítimas de escravatura sexual, por parte do grupo Estado Islâmico e tornaram-se porta-vozes das mulheres que passam pela mesma situação.
Nesta cidade francesa, à Euronews, Lamiya falou do pesadelo que viveram e da importância do reconhecimento:
“Sinto-me muito feliz com este prémio. Para mim, é um grande apoio moral receber este prémio em nome daqueles que foram sequestrados e derrotados pelo Daesh, dos milhares de mulheres que foram sexualmente violentadas, eu sou uma delas. O Daesh queria que ver o mundo livre dos Yazidis para dizer que já não existimos, mas enquanto existir, nem que seja um, ele contará o que aconteceu aos outros, contará a verdade”, afirma Lamiya.
#SakharovPrize laureate
NadiaMuradBasee</a> has dedicated herself to getting the massacre of Iraq’s Yazidis recognised as genocide. More ↓↓ <a href="https://t.co/aKkypQUG5M">pic.twitter.com/aKkypQUG5M</a></p>— European Parliament (
Europarl_EN) 10 de dezembro de 2016
Defensoras da comunidade Yazidi, minoria religiosa, que o Daesh quer exterminar, querem o reconhecimento desta realidade:
“Visitei mais de 20 países árabes e europeus. Conheci muitos presidentes, deputados e pessoas em geral. O que queremos é que o mundo pare o que está a acontecer, penalize os responsáveis pelo nosso extermínio, puna os criminosos no Tribunal Penal Internacional, proteja as minorias, as pequenas comunidades como os Yazidis e os cristãos que vivem no Iraque e na Síria”, pede Nadia.
This woman escaped from Isis. Now she has a message for the world https://t.co/83AqTYW1Ib
— Nadia Murad (@NadiaMuradBasee) 12 de dezembro de 2016
A União Europeia ainda não reconheceu o genocídio do povo Yazidi, por parte dos extremistas, mas 104 eurodeputados assinaram uma carta, entregue à responsável pela Diplomacia europeia, Federica Moguerini, pelo seu reconhecimento.
Com Lusa