Batalha por Alepo: Rotas de evacuação bloqueadas e tiros contra equipas médicas

Batalha por Alepo: Rotas de evacuação bloqueadas e tiros contra equipas médicas
De  Francisco Marques com reuters, amc
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Aquele que se esperava ser um dia de alívio para muitos dos residentes no leste de Alepo está a revelar-se mais um dia dramático como tantos outros das últimas semanas.

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Nem 24 horas passaram sobre um anúncio de cessar-fogo e a zona de leste de Alepo, no norte da Síria, terá voltado a estar sob bombardeamentos. A autoproclamada agência de notícias Aleppo24, ligada ao grupo de resistência civil 24CR, denuncia que a evacuação de civis está a ser bloqueada por milícias xiitas, supostamente aliadas do regime sírio.

“As milícias xiitas ainda estão a bloquear a rota de evacuação e já dispararam contra uma ambulância do Crescente Vermelho”, informava a Aleppo24, pelo Twitter (em baixo), por volta das 09:30 locais (07:30, em Lisboa).

Evacuation updates 14.12:
Shiite militias still blocking the route of evacuation and they shoot on an ambulance of red crescent.#A24

— Aleppo24 (@24Aleppo) 14 de dezembro de 2016

O grupo de assistência humanitária Sociedade de Médicos Sírios americanos denunciou o ferimento de três elementos da respetiva equipa médica, vítimas de um ataque aéreo. “Dois dos três ficaram em estado crítico”, sublinha o grupo na pu blicação partilhada pelo Twitter por volta das 20:25 locais (18:25, em Lisboa).

Three of our medical personnel in #Aleppo were just hit by an airstrike. Two of the three are in critical condition. #StandWithAleppo

— SAMS (@sams_usa) 14 de dezembro de 2016

De acordo com diversas fontes citadas pela Reuters, reforçadas por relatos do grupo Alepo Media Center (AMC), o regime de Bashar al-Assad terá retomado esta quarta-feira de manhã os bombardeamentos depois de na noite da véspera um acordo entre a Turquia e o principal aliado do regime sírio, a Rússia, ter estabelecido um cessar-fogo na região.

Uma operação para evacuação de civis e feridos do que ainda resta da zona leste de Alepo tinha começado. Milhares de pessoas tinham visto reacendida a esperança de poderem fugir da guerra e tudo parecia bem encaminhado, mas, primeiro, a planeada evacuação foi suspensa, depois, os bombardeamentos terão sido retomados.

Há relatos de feridos em resultado de um ataque com alegado recurso a tanques, artilharia e morteiros. Pelas redes sociais, há vários vídeos já a denunciar os bombardeamentos em curso na zona leste de Alepo, inclusive um registado durante uma entrevista à BBC.

After an agreement was reached last night, regime forces are intensely shelling the Aleppo. People must stay engaged! Retweet! pic.twitter.com/NURBUXVGkN

— Bilal Abdul Kareem (@BilalKareem) 14 de dezembro de 2016

BREAKING: Media reports say Buses meant to take rebels and civilians out of Aleppo return to depots, signaling collapse of truce deal.

— The Associated Press (@AP) 14 de dezembro de 2016

(ÚLTIMA HORA: Relatos de meios de comunicação dizem que os autocarros mobilizados para evacuar rebeldes e civis de Alepo regressaram às bases, sinalizando o colapso do acorde de tréguas.)

Sounds of shelling interrupts live interview from #Aleppo as journalist says his 'building could be bombed any time' https://t.co/dKN1OdQhCe

— Victoria Derbyshire (@VictoriaLIVE) 14 de dezembro de 2016

As mais recentes imagens que chegaram à euronews são ainda dos últimos dias e mostram-nos o estado em que ficou um dos principais monumentos da cidade velha de Alepo. A mesquita Umayyad era um local suspeito de ser utilizado como armazém de armas pelos rebeldes da oposição a Bashar al-Assad e terá sido bombardeada por isso.

A mesquita foi parcialmente destruída pelos intensos combates das últimas semanas, mas, pelas redes sociais, são várias as imagens partilhadas por elementos afetos ao exército sírio a celebrar a retomada deste emblemático local de culto islâmico em Alepo.

#Syria Pro-government forces take a selfie in the courtyard of the ancient Umayyad mosque in #Aleppo#AFP Photo by George Ourfalian pic.twitter.com/hpKeJW2jPT

— AFP Photo Department (@AFPphoto) 13 de dezembro de 2016

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