À procura de um milagre: mais de um milhão e meio de pessoas saíram às ruas de Manila, a capital das Filipinas, em oração à estátua conhecida como Nazareno…
À procura de um milagre: mais de um milhão e meio de pessoas saíram às ruas de Manila, a capital das Filipinas, em oração à estátua conhecida comoNazareno Negro. Explicamos-lhe a origem destagigantesca procissãoque decorre todos os anos no dia 9 de janeiro e porque é que este ícone religioso desperta tamanha devoção.
O que é o “Nazareno Negro”?
É uma estátuta em tamanho real de Jesus Cristo carregando a cruz. Habitualmente, encontra-se na Igreja de Quiapo, em Manila.
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Em que consiste esta crença?
A estátua tornou-se num símbolo da luta e fé dos católicos filipinos. Os devotos acreditam que a escultura tem poderes místicos que podem curar doenças e extirpar os pecados.
Há cerca de 80 milhões de católicos nas Filipinas, o que corresponde a aproximadamente 80% da população, um legado dos antigos colonizadores espanhóis.
Qual é a história do “Nazareno Negro”?
A estátua em madeira terá sido esculpida no México antes de ser levada para as Filipinas em 1606 por missionários espanhóis. Um incêndio a bordo do barco que a transportava terá escurecido a escultura. O facto de ter sobrevivido a outros incêndios posteriormente, assim como a terramotos, a inundações e mesmo a bombardeamentos ajudou a estabelecer uma aura de misticismo entre os crentes.
O que acontece durante a procissão?
Este acontecimento religioso remonta ao século 17. É conhecido como a “Traslación” (traslação). A estátua é colocada sobre um carro puxado por cordas e empurrado pelos devotos, que percorre as ruas de Manila. Os crentes, descalços em sinal de arrependimento, tentam aproximar-se o mais possível para tocar no ícone, gerando muitas vezes atropelos. O trajeto estende-se ao longo de cerca de 6 quilómetros.
O “Nazareno Negro” em 2017
No dia 7 de janeiro, as forças de segurança filipinas abateram um casal suspeito de manter ligações ao Daesh. O espetro de um ataque terrorista marcou fortemente as festividades, com várias representações diplomáticas a alertarem os cidadãos estrangeiros sobre os potenciais perigos de participar num evento desta magnitude.