Trump substitui Procurador-geral interino para forçar bloqueio anti-imigração

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De  Francisco Marques
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Sally Yates questionou legalidade da ordem executiva do Presidente dos Estados Unidos, foi despedida e agora substituída por Dana Boente.

A aplicação da lei e a moralidade são mais importantes do que as políticas do momento ou os decretos impulsivos de um regulador que aparenta falhar na perceção da lei.

Richard Blumenthal Senador do Connecticut, EUA

Donald Trump não perdoou Sally Yates e decidiu despedir a até aqui Procuradora-geral interina. Para o lugar, e até à confirmação do procurador nomeado Jeff Sessions, o Presidente dos Estados Unidos chamou Dana Boente, o até aqui procurador federal para o distrito leste do Estado da Virgínia, de 62 anos.

Sally Yates, 56, questionou a legalidade da controversa proibição de entrada de imigrantes muçulmanos no país decretada por Donald Trump e pediu aos advogados do Ministério Público para não defenderem a ordem executiva. O Presidente aproveitou a alegada traição para substituir a procuradora de transição herdada de Barack Obama.

“A procuradora-geral interina, Sally Yates, traiu o Departamento de Justiça ao recusar fazer cumprir uma ordem legal para proteger os cidadãos dos Estados Unidos. O Presidente Trump dispensou Yates das suas funções”, indica o comunicado da Casa Branca.

O Presidente procurou alguém mais subserviente e terá encontrado a pessoa certa no procurador federal também escolhido curiosamente por Obama para o distrito leste da Virgínia.

Dana Boente já manifestou, aliás, a intenção de fazer respeitar a ordem executiva assinada sexta-feira por Trump contra a entrada de imigrantes muçulmanos oriundos de sete países.

 

Comunicado de Dana Boente

“Com base na análise do Gabinete de Assessoria Jurídica, que concluiu que a ordem executiva é legal (…) e foi adequadamente elaborada, rescindo a antiga procuradora-geral interina Sally Q. Yates, a 30 de janeiro de 2017, guiando e direcionando os homens e mulheres do Departamento de Justiça a cumprirem o nosso dever e defenderem as ordens legais do nosso Presidente”

Para o senador do Connecticut, Sally Yates merece ser elogiada. “Ela vincou uma opinião com base na moral e no princípio legal, seguindo a mais alta tradição do Departamento de Justiça. Afirmou que esta ordem não podia ser seguida e que a aplicação da lei e a moralidade são mais importantes do que as políticas do momento ou os decretos impulsivos de um regulador que aparenta falhar na perceção da lei. Ou, pelo menos, a sua Administração falha”, acusou o senador democrata Richard Blumenthal.

Entretanto, prosseguem os protestos contra o decreto de Donald Trump de bloquear a entrada no país a imigrantes muçulmanos oriundos de países discriminados. No Ohio, segunda-feira à noite, a manifestação contra a ordem executiva do Presidente degenerou em confrontos com a polícia, com as autoridades a recorrer a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes.

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