Qual o estado de saúde da União Europeia 25 anos após Maastricht?

Qual o estado de saúde da União Europeia 25 anos após Maastricht?
De  Euronews
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A euronews elaborou um conjunto de gráficos interativos para o ajudar a perceber a evolução do projeto europeu que a 7 de fevereiro de 1992 decidiu abandonar a sigla CEE e começar a preparar a moeda ú

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Passam 25 anos desde que os líderes da União Europeia assinaram o Tratado de Maastricht, o acordo que abriu caminho ao projeto europeu que hoje conhecemos. Na altura, o bloco, então denominado Comunidade Económica Europeia (CEE), cingia-se a 12 Estados-membros.

Hoje, a UE conta com 28 e, em breve, deverá sofrer a primeira baixa desde a fundação, passando a 27 Estados-membros, após a anunciada saída do Reino Unido na sequência do processo “Brexit” iniciado com o referendo nacional de junho do ano passado.

Este primeiro quarto de século da União Europeia coincide com um momento de crise de autoconfiança devido ao “Brexit” e a outros movimentos eurocéticos em curso noutros Estados-membros como a França ou a Hungria.

Por tudo o que se passa na Europa e inclusive nos Estados Unidos, na Ucrânia ou no Médio Oriente, este é um bom momento para refletir no progresso deste projeto europeu iniciado a 7 de fevereiro de 1992, nas margens do Rio Mosa, na sede de governo da província holandesa de Limburgo.

Embora o Tratado da União Europeia, como se designa de forma oficial, apenas tenha sido implementado de facto em 1993, tomamos a sua ratificação como referência, para olharmos à evolução de alguns indicadores.

Uma das linhas mestras do Tratado da União Europeia foi a colocação das fundações para a moeda única, o euro. Com este objetivo, foi dado aos Estados-membros critérios apertados para afinarem as respetivas economias para a União Económica e Monetária.

Um dos critérios impostos era que a dívida pública de cada governo devia ficar abaixo dos 60 por cento do respetivo Produto Interno Bruto (PIB). Porém, como pode verificar no nosso primeiro gráfico interativo de apoio (em baixo), poucos foram os países a conseguir respeitar este objetivo nos últimos 25 anos.

O PIB per capita, um indicador chave da riqueza e da saúde económica de um país, cresceu de forma estável a partir de 1992, mas sofreu um declínio quando a crise financeira atingiu com estrondo os mercados em 2008.

Como mostra o gráfico, Portugal, Grécia e Irlanda estão entre os países mais atingidos, onde o PIB per capita foi dos mais afetados durante a curva decrescente provocada pela crise.

As populações dos vários Estados-membros evoluíram de forma diversa ao longo do progresso da União Europeia.

Algumas das economias mais robustas do bloco têm visto a respetiva população aumentar — a França, por exemplo, onde está sediada a euronews e um dos destinos preferidos dos portugueses, aumentou quase 10 milhões de habitantes.

Portugal aumentou em cerca de meio milhão de habitantes, embora os últimos anos tenha visto algumas centenas de milhares emigrar em busca de trabalho e de uma vida melhor.

A Roménia, por exemplo, desde que se juntou à União Europeia em 2007 tem vindo a perder população — mais de três milhões de romenos aproveitaram a livre circulação europeia para emigrar.

A esperança média de vida também aumentou de forma consistente no último quarto de século ao abrigo da EU, como podemos verificar em baixo.

Bulgária e Roménia viram a respetiva esperança média de vida aumentar até 2014, altura em que sofreram um pequeno declínio. Portugal tem vindo sempre a crescer desde os 74,7 anos de 1992 até aos 81,3 de 2014, um valor acima da média dos “28” parceiros europeus.

Um dos objetivos do tratado de Maastricht era o de atingir um alto índice de emprego nos Estados-membros.

No entanto, como podemos verificar no derradeiro gráfico interativo que lhe apresentamos, o desemprego em Portugal, Grécia e Espanha atingiu valores recorde desde que a CEE passou a ser designada UE. A culpa foi da crise, é óbvio, mas o bloco ainda não conseguiu resolver por completo esta questão.

Embora a taxa de desemprego esteja em queda nestes três países do sul da Europa, anda há muitos portugueses, espanhóis e sobretudo gregos sem trabalho e a viver com grande pessimismo, pressionados pela austeridade e por um desequilíbrio salarial e fiscal ainda gritante entre os Estados-membros.

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Artigo elaborado com a colaboração de Chris Harris, jornalista da equipa de língua inglesa da* euronews.*

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