Espanha: Justiça absolve Infanta Cristina mas condena marido à prisão por corrupção

A justiça espanhola poupa a irmã do rei Felipe, mas não perdoa o cunhado do monarca num caso de corrupção.
O tribunal de Palma de Maiorca condenou Iñaki Urdangarín a seis anos e três meses de prisão e a uma multa de 512 mil euros por desvio de fundos públicos e fraude fiscal no caso do Instituto Noos, dirigido pelo antigo atleta.
Apesar de absolvida das acusações mais graves, a princesa Cristina foi condenada a uma multa de 265 mil euros, enquanto tesoureira da fundação sem fins lucrativos e eventual beneficiária dos delitos do marido.
Para o advogado da princesa, Miquel Roca :
“Podem imaginar a reação dela quando lhe comuniquei a sentença, satisfação por um lado, mas preocupação por causa de uma sentença contra o marido que ela considera injusta, uma vez que ela acredita, como sempre acreditou, na inocência do marido”.
Oito meses após o início do processo, que envolvia 17 pessoas, o antigo sócio de Urdangarín, Diego Torres, foi condenado à pena mais pesada de oito anos e seis meses de prisão.
O casal encontra-se atualmente na Suíça, onde vive desde 2013. Apesar de um possível recurso da sentença, os tribunais poderão pedir a detenção imediata de Urdangarín.
Um residente de Madrid levanta dúvidas sobre a sentença:
“A justiça adapta-se a quem comete o crime. Penso que houve pressões para que a Infanta fosse absolvida”.
Outra residente fala de uma pena “demasiado ligeira”:
“A sentença não foi uma surpresa, uma vez que a princesa foi absolvida, já estava à espera disso, mas seis anos para o marido parece-me pouco”.
O caso, que envolve o desvio de mais de seis mil milhões de euros de fundos públicos, tinha precipitado a abdicação do rei Juan Carlos em 2014.
Num esforço para afastar o escândalo, o novo monarca, Felipe VI, tinha retirado o título de duquesa de Palma à irmã, proibida, desde então, de participar em cerimónias oficiais.