O regime bielorrusso continua a ser abalado por uma vaga de protestos não autorizados contra um novo imposto sobre os trabalhadores a tempo parcial.
O regime bielorrusso continua a ser abalado por uma vaga de protestos não autorizados contra um novo imposto sobre os trabalhadores a tempo parcial.
Depois de Minsk, na sexta-feira, as manifestações propagaram-se este domingo a várias cidades secundárias do país, sem registo de intervenção da polícia.
Em Gomel, a segunda cidade do país, cerca de duas mil pessoas desfilaram com palavras de ordem contra o presidente Lukashenko, apontado como o último ditador da Europa.
Uma manifestante explica:
“Tenho uma reforma de cerca de 340 euros, trabalhei num jardim de infância durante 25 anos. Pago cerca de 260 euros pelos serviços públicos e o presidente está cada vez mais gordo, já não cabe no ecrã, assim como todo o seu governo, isto tudo com o nosso dinheiro”.
Críticas ao regime que se repetiram este domingo em Hrodno ou Mogilev, assim como noutras cidades do país.
Em Hrodno, os manifestantes gritavam: “Quem é o parasita? O nosso presidente”.
Гродно сейчас pic.twitter.com/nm0zkZSgFj
— РБ головного мозга (@belamova) February 19, 2017
Segundo uma manifestante em Mogilev:
“Na minha família todos trabalhamos, mas conheço pessoas para quem o esparguete é um luxo. São estas pessoas a quem gente que sabemos quem são, tratam de ‘parasitas’ ou ‘alcoólicos’”.
Os manifestantes contestam a nova legislação dita “anti-parasitas”, que prevê um novo imposto sobre as pessoas que não cumpram os 183 dias de trabalho anual.
A nova taxa corresponde a 235€, cerca de metade do salário médio mensal.
Segundo o governo, apenas 10% dos 470 mil trabalhadores nesta situação terão pago este imposto.
Os protestos ilustram o clima de
recessão no país, quando as finanças do regime são abaladas, quer pela queda do preço do petróleo, quer pela crise económica que atinge a vizinha e aliada Rússia.