Orçamento EUA: Trump pretende cortar no ambiente para investir ainda mais em armas

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De  Francisco Marques
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Presidente dos Estados Unidos anunciou a primeira proposta de investimentos da nova Administração, com prejuízo para a ajuda externa e o combate às alterações climáticas.

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O Presidente dos Estados unidos pretende aumentar em nove por cento (cerca de 54 mil milhões de dólares/ 51 mil milhões de euros) as despesas da Casa Branca com o Pentágono, o Departamento de Defesa norte-americano.

A primeira proposta de orçamento desenhada pela Administração Trump promete um investimento histórico nas forças armadas, à custa, por exemplo, adianta a Reuters, de cortes nas políticas ambientais e na ajuda externa concedida pelos norte-americanos.

Trump budget gives Pentagon $54 billion extra: official https://t.co/V9beVH92Blpic.twitter.com/y6j0vxogNG

— Reuters Top News (@Reuters) 27 de fevereiro de 2017

A proposta de orçamento foi apresentada esta segunda-feira aos governadores, visa o ano fiscal de 2018 (começa em outubro) e terá de passar ainda pelo Congresso, órgão dominado pelos Republicanos e com poder de veto sobre os gastos federais.

“O meu primeiro orçamento vai ser submetido ao Congresso no próximo mês. Este orçamento vai permitir a segurança civil e nacional, vai centrar-se nestas duas áreas, mas incluir muitas outras coisas. Vai ser muito forte e incluir um histórico aumento nos gastos com a defesa para reconstruir as obsoletas forças militares dos Estados Unidos num momento em que mais precisamos delas”, afirmou Donald Trump, na apresentação da proposta.

We are also putting in a massive budget request for the military, and we will be substantially upgrading….cont: https://t.co/btG7zWapBLpic.twitter.com/fsJYp6r933

— President Trump (@POTUS) 24 de fevereiro de 2017

Fontes alegadamente conhecedoras da proposta revelaram à agência Reuters que o reforço militar desejado por Donald Trump implica cortes em áreas não militares como, por exemplo, o Departamento de Estado, a Agência de Proteção Ambiental e sobretudo nos programas de ajuda externa.

As mesmas fontes contaram à agência noticiosa que o novo Presidente norte-americano pretende investir especialmente na construção de barcos e aviões de guerra, e financiar “uma mais robusta presença em importantes acessos marítimos internacionais e estreitos.” O estreito de Hormuz, entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, e o Mar do Sul da China seriam dois desses pontos estratégicos gizados, o que pode criar ainda mais atrito com Teerão e Pequim.

A proposta de Trump, se aprovada, será estranha na medida em que os Estados Unidos são já o país com a maior força armada e o que mais investe na defesa. Para além disso, de momento os norte-americanos não estão envolvidos diretamente em nenhum conflito armado, mas apenas como aliados.

Trump Budget Priorities pic.twitter.com/w7HhShMjYK

— Pat Bagley (@Patbagley) 27 de fevereiro de 2017

De acordo com o Gabinete Congressional para o Orçamento norte-americano, nos últimos anos fiscais o orçamento federal para o Pentágono foi de 584 mil milhões de dólares (553 mil milhões de euros) e Trump pretende colocar ainda mais 54 mil milhões de dólares na fatura no Departamento de Defesa.

Por outro lado, com o Departamento de Estado e a ajuda externa, o orçamento federal da Casa Branca tem vindo a incluir um investimento anual de cerca de 50 mil milhões de dólares (47 mil milhões de euros). Trump pretende reduzi-lo para reforçar as forças armadas e, nomeadamente, “voltar a estar na frente” no que toca a capacidade de armas nucleares, setor onde o Presidente alega que os Estados Unidos têm vindo a ser ultrapassados.

Esta terça-feira, Donald Trump irá discursar perante o Congresso e promete abordar também os respetivos planos de aumentar “em grande” as despesas com infraestruturas.

O secretário do Tesouro Steven Mnuchin afirmou no domingo à Fox News que a propostav de orçamento de Donald Trump não envolve cortes em programas sociais federais como a Segurança Social ou o Medicare.

Trump budget plan will not cut Social Security, Medicare: Mnuchin https://t.co/IKme2TfftPpic.twitter.com/SWCpdwZohD

— Reuters Politics (@ReutersPolitics) 26 de fevereiro de 2017

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