Mais de dez mil pessoas manifestaram-se, este domingo, em Budapeste, contra uma polémica proposta do governo que visa as universidades estrangeiras no país.
Mais de dez mil pessoas manifestaram-se, este domingo, em Budapeste, contra uma polémica proposta do governo que visa as universidades estrangeiras no país.
O protesto foi organizado pelos estudantes da Universidade da Europa Central (CEU, na sigla em inglês), financiada pelo milionário norte-americano, de origem húngara, George Soros.
Estudantes e antigos alunos rejeitam o projeto-lei, apresentado a semana passada, que poderá levar ao encerramento da instituição.
Thousands marching against Orban government's crackdown on Central European University #Hungary#CEUpic.twitter.com/D8rMnThTPX
— Lili Bayer (@liliebayer) April 2, 2017
Segundo um manifestante:
“Eu penso que este governo fez muitas coisas más nos últimos sete anos, mas não tinha visto ainda nada como isto, algo totalmente irracional, uma vingança pura e primitiva”.
Outro manifestante afirma, “eu gostava que a educação fosse gratuita na Hungria e que ninguém pudesse encerrar instituições com uma lei como esta”.
Na base da revolta está a proposta que obriga a universidade, como outras, a negociar um acordo com o governo húngaro para continuar a poder atribuir diplomas no país.
Protesters now outside CEU buildings, shouting "democracy" and "academic freedom" pic.twitter.com/iqTYC3MOPH
— Lili Bayer (@liliebayer) April 2, 2017
A medida tinha sido igualmente condenada pelo Departamento de Estado norte-americano como uma ameaça à independência das universidades.
U.S. urges Government of #Hungary to avoid legislative action impacting Central European University(CEU) operations: https://t.co/4NcUXo7SUy
— Department of State (@StateDept) April 1, 2017
O projeto-lei é visto como um ataque direto ao milionário Soros, acusado por vários dirigentes de países do leste da Europa – entre os quais o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban – de promover revoltas pacíficas “liberais” contra vários regimes.
Fundada em Budapeste em 1991 por George Soros, a Universidade da Europa Central afirma contar com mais de 1.800 alunos de 100 países, dispensando diplomas húngaros e norte-aemricanos.
A instituição é diretamente visada pelo novo projeto-lei que prevê o encerramento de todas as universidades de países fora da União Europeia que não disponham de estabelecimentos no seu país de origem, como é o caso da CEU.