Chuva de Pulitzer's em Nova Iorque

Teve lugar ontem à noite a cerimónia dos mais importantes prémios de jornalismo nos EUA. O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, o grupo McClatchy e o Miami Herald, que juntaram 400 jornalistas para examinarem os Documentos do Panamá, receberam o galardão pela reportagem explicativa sobre o dossiê conhecido como “Panama Papers”.
O trabalho revela a forma como políticos, criminosos e pessoas ricas desviam dinheiro para contas em paraísos fiscais, uma prática legal, embora moralmente duvidosa, a que as elites chamam agora “otimização fiscal”.
Esta foi a 101.ª edição do evento que distingue o que de melhor se fez em jornalismo no ano passado em 14 categorias para reportagem, fotografia, crítica e comentário. Nas artes, os prémios são concedidos em sete categorias, incluindo ficção, drama e música.
Três prémio Pulitzer foram para o diário The New York Times (NYT). Reportagem internacional, com uma série de notícias sobre os esforços do Presidente russo, Vladimir Putin, para projetar o poder da Federação Russa; fotografia (o repórter Daniel Berehulak documentou a violência nas Filipinas) e “feature” para C.J. Chivers, distinguido pela história de um ex-combatente na guerra do Afeganistão, que sofre de ‘stress’ pós-traumático.
David A. Fahrenthold, do The Washington Post, recebeu o prémio de reportagem nacional pelo trabalho em que aborda a alegada generosidade social de Donald Trump.
Na categoria de autobiografia, foi Hisham Matar a recolher a distinção, com um livro sobre a sua Líbia natal.
A Du Yun foi atribuído o prémio na categoria Música, pelo trabalho operático “Angel’s Bone”, que assenta na realidade do tráfico humano.
Um livro sobre a revolta na prisão de Attica, em 1971, da autoria de Heather Ann Thompson, recebeu o Pulitzer da categoria de História.
Na categoria de Drama, o livro “Sweat”, de Lynn Nottage, explorou o tema da luta de classes, descrevendo as consequências do encerramento de uma fábrica na Pensilvânia, em termos de rutura de famílias e amizades e de um ciclo devastador de violência, preconceito, pobreza e drogas.
Os distinguidos na categoria de serviço público recebem uma medalha de ouro. Os outros 15 mil dólares (14 mil euros) cada.