Grécia: Novas concessões desbloqueiam acordo com credores internacionais

A Grécia chegou a um acordo preliminar com os credores internacionais, mas para tal foi obrigada a fazer novas concessões. Em 2019, haverá mais cortes nas pensões. Segue-se a eliminação de brechas fiscais e a liberalização do setor energético. O objetivo é poupar 2% do PIB.
#Ministro anuncia acordo preliminar da #Grécia com os credores https://t.co/NH96Zu7u5dpic.twitter.com/vzt4nbGb9W
— Portal UAI (@portaluai) 2 de maio de 2017
Após seis meses de árduas discussões, o acordo preliminar abre a porta à conclusão da segunda revisão do programa de assistência em curso e, eventualmente, a discussões sobre o alívio da dívida, desejado pelo governo helénico.
Mas o professor Panagiotis Petrakis, da Universidade de Atenas, estima: “Este acordo não é, sem dúvidas, o fim, porque qualquer acordo futuro sobre o alívio da dívida vai exigir mais duros compromissos por parte da Grécia e podemos imaginar quais serão esses compromissos”.
A participação do Fundo Monetário Internacional no novo resgate continua a ser uma incógnita, já que o organismo estima que a dívida grega é insustentável. Atualmente, a dívida atinge 179% do PIB.
Após anos de austeridade, os gregos mostram-se resignados.
“Eu fui professor universitário e a minha reforma já foi reduzida em 60%. Para mim implica tempos difíceis, é complicado adaptar-me a estas novas condições”. Uma grega adianta: “Quase não conseguimos sobreviver. No prédio onde moro, somos oito famílias, mas só eu e um taxista, do andar de cima, temos um emprego.”
O governo grego espera obter rapidamente o apoio do parlamento, pois em julho vencem 7,5 mil milhões de euros em títulos de dívida.
Stamatis Giannisis, correspondente da euronews em Atenas, recorda: “Até ao final da próxima semana, no máximo, o governo grego tem de legislar sobre as novas medidas, ou seja, antes que os ministros das Finanças da zona euro aprovem o desbloqueio da ajuda financeira, o que deverá ocorrer na próxima reunião do Eurogrupo a 22 de maio”.