Governador de Jacarta, da minoria cristã, condenado por blasfémia

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Basuki Tjahaja Purnama foi condenado a dois anos de prisão por ter criticado o Corão. Pediu desculpa, mas a justiça entendeu que não era suficiente.

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Com Lusa

Um tribunal indonésio condenou Basuki Tjahaja Purnama, o governador cessante da capital Jacarta, pertencente à minoria cristã, a uma pena de dois anos de prisão por blasfémia.

O coletivo composto por cinco juízes ordenou a prisão imediata do governador Purnama, conhecido no país como Ahok.

Ahok foi condenado por uma declaração proferida no final de setembro, em que classificou como errada a interpretação de alguns ulemas – teólogos muçulmanos – de um versículo do Corão, segundo o qual um muçulmano só deve eleger um dirigente muçulmano.


O governador de Jacarta pediu desculpa pelo comentário, mas tal não foi suficiente para conter a ira dos mais conservadores, em particular da Frente de Defensores do Islão, um grupo que quer impor a sharia ou lei islâmica na esfera pública, em toda a Indonésia.

O Governador anunciou que vai recorrer da decisão judicial para instâncias superiores.

Protestos contra e a favor da sentença

No exterior do tribunal, a norte de Jacarta, apoiantes de Ahok choraram e abraçaram-se após conhecida a decisão.

Ao mesmo tempo, podiam ser ouvidos gritos de alegria por parte de membros de grupos conservadores islâmicos.

Cerca de 13 mil polícias foram destacados para a capital indonésia para evitar eventuais distúrbios entre partidários e opositores de Ahok.

O Governador de Jacarta foi derrotado nas eleições de abril, mas o seu mandato termina apenas em outubro.

O presidente do coletivo de juízes afirmou que o julgamento foi puramente criminal e que o tribunal discorda que tenha havido aspetos políticos no caso.

O país com a maior população muçulmana do mundo

A pena máxima para blasfémia na Indonésia é de cinco anos de prisão.

A Indonésia tem a maior população muçulmana do mundo, da qual fazem parte cerca de 87% dos seus cerca de 260 milhões de habitantes.

Apesar de a maioria dos indonésios muçulmanos ser partidária da tolerância religiosa, o fundamentalismo tem vindo a ganhar força desde finais do século passado.

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