Eleições revelam fratura geracional no Reino Unido

O escrutínio no Reino Unido revela uma fratura geracional no país, entre os mais jovens, pró-europeus que votaram de forma maciça nos trabalhistas e o eleitorado mais velho que, adepto do ‘Brexit’, optou pelos conservadores.
Numa cidade universitária de Londres, um estudante resume o fenómeno com a sua leitura do resultado das eleições:
“Eu penso que é algo fantástico para o Reino Unido, uma vez que o mandato para um ‘Brexit duro’ desapareceu e penso que é a coisa mais importante a destacar das eleições”.
O escrutínio de quinta-feira é marcado por uma participação recorde dos eleitores entre 18 e 24 anos, cerca de 72%, superior aos 61% de participação ao nível nacional.
“O eleitorado aumentou na circunscrição. Tivémos mais 10% mais de eleitores que em 2015, a maioria jovens atraídos pela promessa dos trabalhistas de abolirem as propinas”, afirma um professor da Universidade de Kent.
O voto nos trabalhistas foi superior nas zonas com uma maior proporção de eleitores com menos de 25 anos, o que leva alguns analistas a atribuirem aos mais novos a melhoria dos resultados da oposição.
“Com Facebook e correios eletrónicos e este tipo de propaganda foi fácil levá-los a votar da forma que a universidade – professores e outros – quiseram que eles votassem. É fácil enganar as pessoas”, afirma uma reformada.
Em contrapartida, o voto nos conservadores, foi mais elevado nas regiões com uma maior densidade de pensionistas, os mesmos que tinham votado a favor da saída do país da União Europeia.