Albânia vota novo parlamento com UE no horizonte

Os albaneses votam este domingo a composição do novo parlamento. A ineficiência do poder judicial e a corrupção, principais obstáculos no caminho para a União Europeia, foram assunto principal da campanha eleitoral.
O Partido Socialista (PSSh) de Edi Rama é o favorito, mas dificilmente conseguirá uma maioria governativa. Rama pretende renovar o seu mandato como primeiro-ministro. Promete criar 220 mil novos postos de trabalho, implementar a reforma judiciária no combate à corrupção e abrir negociações de adesão à União Europeia.
Rama governou nos últimos meses sob grande pressão do principal partido da oposição, o Partido Democrático (PDSh), que organizou vários protestos de rua e boicotes ao trabalho do Parlamento. Com mediação internacional, Rama e o líder do PDSh, Lulzim Basha, acordaram em maio um pacto que pôs fim aos protestos de rua inspirados pelos conservadores, que acusavam o primeiro-ministro de corrupção e ligações ao crime organizado. Os dois líderes concordaram em formar um governo de transição a fim de garantir a transparência e realização de eleições democráticas.
O acordo de maio poderia, segundo alguns analistas políticos, viabilizar uma coligação entre os socialistas e o Partido Democrático, permitindo aos socialistas evitarem a governação com o parceiro de coligação dos últimos quatro anos, o Movimento Socialista para a Integração (LSI) do presidente Ilir Meta, que Edi Rama acusa de ter usado o poder para benefício próprio. O partido de Meta, surgido em 2004 de uma cisão no PS, tinha governado durante a legislatura anterior com os conservadores do Partido Democrático (PDSh).
A Albânia é membro da NATO desde 2009. O país obteve em 2014 o estatuto de candidato à adesão à UE, mas tem ainda caminho a fazer. De acordo com o último relatório da Comissão Europeia, instituições judiciais do país são “lentas e ineficientes” e a “corrupção continua a prevalecer”.
É um dos países mais pobres da Europa, com um salário médio de 340 euros por mês. O desemprego tem levado milhares de pessoas, especialmente os jovens, a deixar o país (2,9 milhões de albaneses vivem no país, enquanto 1,2 milhão estão no exterior, um recorde mundial).