Greve geral marcada pelo derrame de sangue

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De  Pedro Sacadura  com REUTERS
Greve geral marcada pelo derrame de sangue

A greve geral convocada pela oposição venezuelana como forma de pressão sobre o Presidente Nicolás Maduro pretendia-se pacífica, em teoria. Na prática traduziu-se numa quinta-feira negra na qual pelo menos duas pessoas morreram. Várias ficaram feridas e mais de 250 foram detidas, entre elas um luso -descendente, de acordo com a organização não-governamental Foro Penal. Os números poderão vir a agravar-se.


Os organizadores da greve, convocada contra a proposta de Maduro para a eleição de uma Assembleia Constituinte, falam numa adesão de 85%.

Os protestos merecem o elogio do diplomata venezuelano na Organização das Nações Unidas, Isaías Medina, que pediu demissão e fala em “reiteradas e sistemáticas violações dos direitos humanos” e em “crimes contra a humanidade durante os últimos cem dias.”

“O que despertou a minha resposta e as minhas ações foi a violência, a morte de estudantes. A resposta agressiva do Governo a uma manifestação pacífica. Este é o ponto de não retorno, não negociável”, lamentou o membro da missão diplomática venezuelana na ONU.

Através das redes sociais, o embaixador da Venezuela na ONU, Rafael Ramírez, condenou as declarações e a postura de Medina.



Ao jornal “Público”, o chefe da diplomacia portuguesa disse que os homólogos da União Europeia estão a preparar uma nova declaração conjunta sobre a Venezuela. Para já, Augusto Santos Silva recusa divulgar publicamente a posição de Portugal em matéria de sanções, tendo em conta os 500 mil portugueses que se encontram no país.