Bruxelas quer travar tráfico de arte roubada que financia terrorismo

Bruxelas quer travar tráfico de arte roubada que financia terrorismo
De  Isabel Marques da Silva com Lusa
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A ocupação de partes da Síria e do Iraque pelos extremistas islâmicos do Daesh levou não só à destruição de muito património cultural mas, também, ao roubo de milhares de antiguidades e obras de arte.

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A ocupação de partes da Síria e do Iraque pelos extremistas islâmicos do Daesh levou não só à destruição de muito património cultural, mas também ao roubo de milhares de antiguidades e obras de arte.

Muitas dessa peças são traficadas, com alto rendimento, algo que a Comissão Europeia quer travar através de um novo pacote legislativo.

“Estamos numa luta ideológica contra a cultura do Daesh. Além disso, trata-se de recursos consideráveis, já que estimamos que entre dois mil milhões e cinco mil milhões de euros, por ano, são obtidos por via do tráfico ilícito de bens culturais”, disse, à euronews, Pierre Moscovici, comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros.

“Para fazer atentados como os de Paris e de Bruxelas, com redes bem enraizadas e de larga escala, é preciso ter muitos recursos financeiros. Se atacarmos as fontes de financiamento, então será mais complicado para os terroristas levarem a cabo essas operações criminosas”, concluiu Pierre Moscovici.

Les sites antiques endommagés et détruits par l'Etat islamique en Syrie et en Irak. https://t.co/3LDE0gScaT#Daesh#Patrimoinepic.twitter.com/Q3S8N4GXSw

— National Geographic (@NatGeoFrance) April 12, 2017

Um jornalista belga da revista Paris Match descobriu que estes grupos roubam, também, peças europeias, e que um dos terroristas envolvidos é o belga Salah Abdeslam, da rede que fez os ataques de Paris.

“As pilhagens servem para financiar grupos armados tais como Daesh, mas também outros, que assim obtêm os recursos financeiros para levar a cabo a guerrilha, para pagar às milícias e manter o movimento operacional. Mas os recursos são também usados para financiar atos terroristas noutros países, especialmente na Europa”, explicou, à euronews, Frederic Loore.

Uma definição comum de bens culturais para importação e um novo sistema de licenças para a importação de objetos arqueológicos são algumas das medidas da proposta.

As autoridades alfandegárias podem, também, apreender e conservar os bens cuja importação legal não possa ser demonstrada.

A proposta vai ser apresentada ao Parlamento Europeu e ao Conselho da União Europeia, para aprovação, e poderá vir a entrar em vigor no início de 2018.

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