Madrid reforça controlo sobre as despesas da Catalunha

Madrid reforça controlo sobre as despesas da Catalunha
De  Nelson Pereira

Madrid reforça controlo sobre as despesas da Catalunha, para evitar que fundos públicos paguem o referendo. Dirigentes políticos catalães denunciam "repressão sem precedentes" do governo central

Continua o braço de ferro entre Madrid e os independentistas catalães. O primeiro-ministro de Espanha, Mariano Rajoy, foi a Barcelona, na sexta-feira, repetir que não haverá um referendo pela independência da Catalunha no dia 1 de outubro.

Num discurso perante a direcção do Partido Popular, Rajoy deixou avisos aos independentistas:

“Nenhum Estado do mundo pode tolerar uma situação como a que está a acontecer aqui. Não é possível e já o dissemos. Estão a cometer um erro e vão forçar-nos a fazer aquilo que não queremos. Não vai haver referendo. Não vai haver.”

Madrid tenta apertar o cerco aos independentistas: o ministro do Orçamento, Cristobal Montoro, anunciou que o governo central assume o controlo do pagamento dos salários dos funcionários na Catalunha, com o objetivo de impedir que o executivo regional utilize dinheiro público na organização do referendo separatista. Os fundos públicos não serão destinados a “actividades ilegais”, frisou Montoro:

“O governo estabeleceu um mecanismo de controlo de pagamentos necessário para garantir os serviços públicos fundamentais dos catalães e assegurar que ninguém na Catalunha ou no resto da Espanha será afetado pelas ações dos líderes políticos da Catalunha”.

“Em democracia, escutar a voz da cidadania, nunca é um problema e muito menos um crime”, lembram entretanto os principais dirigentes políticos da Catalunha, numa carta enviada na sexta-feira ao rei Felipe VI e ao primeiro-ministro espanhol. Na missiva, o presidente do executivo catalão, Carles Puigdemont, o vice-presidente da Generalitat, Oriol Junqueras, a presidente da câmara municipal de Barcelona, Ada Colau, e a presidente do parlamento catalão, Carme Forcadell, apelam ao diálogo e denunciam uma “repressão sem precedentes” do Estado contra os apoiantes do referendo.


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