Será que os refugiados ainda são bem-vindos na Alemanha?

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De  Hans von der Brelie
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Será que a Alemanha vai conseguir integrar os refugiados no mercado de trabalho?

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Será que a Alemanha vai conseguir integrar os refugiados no mercado de trabalho? Os refugiados ainda são bem-vindos ou são deportados?
Os eleitores alemães vão decidir nas próximas eleições gerais.

Na Alemanha, na Baviera, também se vive a campanha eleitoral nas pequenas cidades e aldeias rurais do sul do país. Como integrar os imigrantes no mercado de trabalho alemão? Quem deve ser autorizado a permanecer e quem deve ser deportado?

Thiare Ousseynou trabalha na construção. Vem do Senegal, um país considerado seguro: não há guerra no território. As autoridades alemãs, em geral, não concedem asilo político facilmente a imigrantes vindos de países considerados seguros: “Quando se tem o pai e a mãe, em casa, a passar fome, devia ser possível que alguém da família viesse para a Europa, para tentar aliviar as dificuldades dos pais quando voltarem para casa. Não há guerra, mas quando se acorda de manhã e não há nada para comer, também é uma espécie de guerra diária”.

Os conservadores e os social-democratas alemães pedem acordos de repatriamento junto dos países africanos. Algo a que Os Verdes e a esquerda são contra. O chefe de Thiare, Adolf Kugelmann, tem uma boa impressão do seu aprendiz e gostaria de o manter: “Fala bem alemão, mas uma prova escrita seria algo problemático. Comunica bem com seus colegas na obra, mas se não passar no exame escrito de alemão agora, não vai receber o certificado de aptidão profissional e pode ser deportado. O país de origem não devia importar. A indústria e o artesanato alemães precisam de pessoal qualificado”.

Pfenningbach – uma cidade perto da Áustria. Há dois anos, milhares de refugiados atravessaram a fronteira. Pfenningbach tem 300 habitantes. Marta colocou alfinetes vermelhos para identificar os nativos e amarelos para assinalar os que pedem asilo: são 102. A população local concorda em acolher algumas famílias de refugiados, mas não uma centena.

Germany: are refugees still welcome?Manter o sorriso e aprender alemão. É o que Rias Khan recomenda para entrar no mercado de trabalho e a sociedade. Em Parsdorf, perto de Munique – a cidade de acolhimento de Rias Khan que vem do Paquistão. É gerente do centro de jardinagem. Recebeu um “prémio de integração” do governo federal alemão. No entanto, as autoridades locais negaram-lhe uma autorização de residência permanente: “Tenho uma formação profissional, mas recebi uma ordem de deportação. Não sei se posso ficar ou não”.

Conta com o apoio de dos colegas e da pessoa responsável pelo centro de jardinagem. “Na verdade, presume-se que deve haver proteção contra a deportação durante os três anos de formação profissional e depois mais dois anos, mas o grau de proteção depende do país de origem. Se forem considerados como provenientes de países seguro podem ter problemas com as autoridades públicas e precisam de uma aprovação especial”, explica Sonja Ziegltrum-Teubner.

Em Munique fizemos uma paragem na Câmara da Indústria e do Comércio. De acordo com o presidente, Peter Driessen, em 2016, cerca de um terço dos refugiados receberam alguma forma de formação ou trabalho. Mas a integração no mercado de trabalho alemão demore, pelo menos, sete anos. Os maiores obstáculos são a língua, a habitação e a burocracia.

O que Peter Driessen pediria ao próximo governo alemão? “A introdução de um prazo. Todos os refugiados que chegaram antes da primavera de 2016 deviam ter um procedimento simplificado em relação ao estatuto legal e autorização de residência e devemos reduzir toda a burocracia”.

A maioria dos partidos e um grande número de eleitores estão a favor da proteção aos refugiados oriundos de países em guerra. Mas um número crescente de alemães não pretende receber os emigrantes por motivos económicos.

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