Inspirada pela coragem das mulheres que denunciaram os abusos sexuais do produtor Harvey Weinstein, McKayla Maroney decidiu por fim ao silêncio
A ex atleta McKayla Maroney diz ter sido agredida sexualmente pelo antigo médico da equipa de ginástica dos Estados Unidos. A norte-americana que nas olimpíadas de Londres, em 2012, levou para casa ouro e prata recorreu às redes sociais para dizer que os abusos também acontecem no desporto e que nunca é tarde para denunciar.
A antiga ginasta hoje com 21 anos admite que o caso do produtor Harvey Weinstein lhe deu força para denunciar os abusos de que começou a ser vítima com apenas 13 anos de idade e que só terminaram depois de abandonar a equipa de ginástica. Num texto, publicado nas redes sociais Maroney fala do sonho, do preço que pagou para o concretizar e da necessidade em responsabilizar as pessoas e as instituições. A ex atleta descreve a conduta do médico e como foi violentada antes, durante e depois das olimpíadas. Fala, ainda, de um dos episódios mais difíceis da sua vida aos 15 anos de idade quando voou com a equipa para Tóquio.
Um caso que pode ser servir de exemplo para outras vítimas. “Quando se ouve e alguém a contar uma história destas, com tanta coragem dá força para que outras pessoas sigam o exemplo e para que digam: a mim também me aconteceu” refere Eena Chaudhry, do National Women’s Law Center.
O antigo médico da equipa de ginástica norte-americana foi acusado, entretanto, de ter violado várias atletas – algumas menores de idade – durante cerca de duas décadas e está, atualmente, detido.
A Federação de Ginástica dos Estados Unidos já saudou a coragem da ex atleta e, em comunicado, assegurou “estar a reforçar e a melhorar as políticas e os procedimentos” para evitar que este tipo de casos se repita.