SPD alemão entreabre a porta a possível acordo com Merkel

Os Sociais-Democratas alemães fazem marcha-atrás na recusa rotunda em discutir a reedição da coligação governamental com Angela Merkel.
A direção do partido SPD, reunida durante a noite em Berlim, anunciou esta manhã que está pronta a negociar um eventual acordo, após o fracasso da Chanceler em funções em conseguir formar um governo tripartido com liberais e ecologistas.
O entendimento com o SPD poderia evitar a convocação de novas eleições, embora alguns membros da formação prefiram a outra opção, um governo minoritário chefiado por Merkel.
Segundo o líder regional do SPD no estado da Saxónia-Anhalt, Burkhard Lischka, "Eu posso imaginar que se possa assinar um acordo com diferentes partidos em torno de tópicos fundamentais como a Europa, a política externa, a política fiscal e outros temas consensuais. Mas quando há posições divergentes sobre determinados temas é o parlamento que vai ter a decisão final".
Para o deputado da CDU, Armin Schuster, "quero apelar ao SPD para que aproveite esta oportunidade com coragem, e que ao contrário da última grande coligação, que chegue a um acordo de governo em torno de grandes linhas que não representem um casamento forçado como da última vez".
O líder dos sociais-democratas, Martin Schulz, reuniu-se ontem com o presidente alemão e colega de partido, Frank-Walter Steinmeier, para tentar ultrapassar o impasse pós-eleitoral.
O antigo presidente do Parlamento Europeu tinha, até agora, decidido manter-se na oposição após a sua formação ter sido derrotada com o pior resultado de sempre nas eleições de Setembro, marcadas pela ascensão da extrema-direita ao lugar de terceiro maior partido alemão.
Schulz deverá agora reunir-se com Merkel e o presidente alemão na próxima semana para tentar encontrar um entendimento.