Não estava previsto, mas após as imagens chocantes da escravatura, a cimeira entre a União Europeia e a África é dominada pelas questões da imigração, com a adoção, na quarta-feira à noite, de uma série de medidas para por fim à escravatura dos imigrantes na Líbia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um acordo para operações de evacuação de emergência dos migrantes nas próximas semanas.
O primeiro-ministro belga, Charles Michel, defende: "É preciso criar condições para os canais de imigração regulares, por exemplo, para os estudantes, para que possam depois voltar aos respetivos países e fazê-los beneficiar das formações que conseguiram. Mas, ao mesmo tempo, enquanto houver pessoas em situação irregular, deve haver uma forma de cooperação na Europa. Temos que poder apoiar projetos concretos de ajuda ao regresso, de ajuda à readmissão nos países de origem. A causa profunda desta imigração é muitas vezes a insegurança, as guerras, a pobreza extrema. Esse é o ponto de partida destas migrações".
A questão da segurança esteve também na ordem dos trabalhos, numa altura em que a África Ocidental conhece um recrudescimento dos grupos jihadistas, reflexo do desespero dos jovens.
A enviada da Euronews a Abidjan, Isabel Marques da Silva, refere: “Apesar de europeus e africanos insistirem que esta não é uma cimeira sobre a migração, o tema está a enquadrar todas as discussões sobre segurança e desenvolvimento económico. O roteiro que sair desta reunião vai guiar as relações entre as duas partes até 2020”.