O empresário morreu esta quarta-feira na CUF do Porto, onde estava internado desde o início da semana.
Belmiro de Azevedo era a cara da Sonae, empresa que representa 4% do PIB do país. Morreu com 79 anos. Várias fontes não oficiais dizem que o empresário foi vítima de doença oncológica.
As reações à sua morte não tardaram a chegar.
Marcelo Rebelo de Sousa realçou, no comunicado da página da Presidência da República, a visão do futuro que Belmiro teve ao longo dos 40 anos em que esteve à frente da Sonae.
“No momento em que nos deixa, quero homenagear o Eng.º Belmiro de Azevedo, figura marcante do nosso meio empresarial e da sociedade portuguesa, em termos de liderança, determinação, visão de futuro e empenhamento social e cultural ao longo de mais de 40 anos, e apresento à Família as minhas sentidas condolências.”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa.
O antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, também reagiu à morte do empresário.
Lembrou Belmiro como "uma personalidade marcante e uma voz livre", afirmando que a economia portuguesa "beneficiou enormemente" com a sua ousadia e visão:
"Com a morte do engenheiro Belmiro de Azevedo, Portugal perdeu uma personalidade marcante e uma voz livre", disse o antigo chefe de Estado, numa declaração à agência Lusa.
Mal a morte do empresário foi divulgada, as redes sociais reagiram.
Belmiro de Azevedo foi lembrado por ter construído um império independente e por nunca ter cedido a governos.
O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, diz que Belmiro foi “um empresário único no pós-25 de Abril”:
O Eurodeputado Carlos Zorrinho lembra Belmiro como "um grande empreendedor":
Belmiro de Azevedo era sócio do Futebol Clube do Porto há 55 anos. A empresa também reagiu, através da rede social Twitter:
Belmiro de Azevedo era uma figura conhecida por todos. Nasceu numa aldeia em Marco de Canavezes, fez riqueza do nada e nunca foi de grandes luxos. Lembrado por todos como um homem simples, ia às compras, de chinelos e calções, ao supermercado Continente do Marco de Canavezes, onde vivia.
Entre as milhares de publicações de despedida, foram muitas as que criticaram as políticas do empresário, acusando-o de escravatura e lembrando a polémica frase: "Sem mão de obra barata não há emprego.", que disse em Março de 2013.
O Parlamento aprovou esta quarta-feira voto de pesar pela morte do empresário.
O PCP votou contra e o Bloco de Esquerda e os Verdes abstiveram-se. O voto contra do PCP também foi alvo de críticas nas redes sociais. Link do vídeo
A irmã do empresário, Ana Azevedo, morreu no mesmo dia do que o irmão. Estava internada no IPO do Porto.
O funeral do empresário está marcado para esta quinta-feira, às 16h00, na Paróquia de Cristo Rei, no Porto.