Na "capital da Europa", há quem se venda por 5 euros

Na "capital da Europa", há quem se venda por 5 euros
De  Ricardo Figueira
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Uma reportagem da TV belga revela a realidade das menores africanas que acabam nas ruas de Bruxelas a prostituir-se.

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Estamos em Bruxelas, capital da Europa comunitária. Nas ruas do bairro de Saint-Josse, há raparigas africanas, muitas delas menores, a vender o corpo. Algumas por 20, outras por apenas 5 euros. Algumas não têm mais de 14 anos: "Fazem gestos para nos atrair. Tendo em conta o preço que pedem, elas fazem muito por pouco dinheiro. Vê-se que estão muito nervosas, precisam do dinheiro. Às vezes pergunto-me se serão maiores, porque parecem muito jovens", conta um cliente, não identificado, à equipa de reportagem da televisão pública belga RTBF.

Na origem desta prostituição está uma rede nigeriana, que funciona em ciclo vicioso. Muitas vezes acabada a carreira de prostituta, estas mulheres tornam-se mamas, ou seja, proxenetas e passam, elas próprias, a explorar outras raparigas nigerianas a prostituir-se na Europa.

"São as mamas que contactam as famílias, normalmente pobres, ao prometer um futuro brilhante às meninas: Vão estudar e tomar conta de crianças. Fazem então um contrato, muitas vezes acompanhado por um ritual vudu, em que a menina se compromete a reembolsar a dívida, fixada entre 40 e 70 mil euros. O ritual serve para que a rapariga sinta a responsabilidade de ter entre as mãos a vida ou a morte da mãe, dos irmãos ou dela própria, se não respeitar o pagamento", explica Katja Fournier, coordenadora da ONG Mineurs en exil.

A polícia belga está consciente deste problema e não faz por enquanto mais comentários, a não ser que vai atacar este problema. Entretanto, estas raparigas menores continuam a vender o corpo, pressionadas pela ameaça dos proxenetas, aqui em Bruxelas, capital da União Europeia. A mesma União que, em 2011, emitiu uma diretiva que estabelece penas de entre cinco a dez anos para os culpados de tráfico de seres humanos e proteção das vítimas, com medidas reforçadas no caso de se tratar de crianças ou adolescentes.

Outras fontes • RTBF

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