Lei polaca é "ferramenta de sensibilização nacional"

Multiplicam-se as críticas à decisão de Varsóvia de avançar com o projeto lei que impede que os polacos sejam penalizados por colaboração com o regime nazi e rejeita a designação "campos de concentração polacos".
A euronews falou, em Budapeste, com o historiador húngaro László Karsai, que diz tratar-se de uma falsificação da História:
"É inaceitável para mim, como historiador e pessoa liberal, ameaçar alguém com a prisão, só porque exprime as suas opiniões, baseadas em dados de pesquisa. Os legisladores polacos adotaram a via turca: estão a falsificar a sua própria história. Na Turquia, pode obter-se 3 anos de prisão por dizer que houve um genocídio arménio na Turquia."
O jornalista húngaro András Domány é especializado em política polaca e considera que o governo em Varsóvia está a fazer uma instrumentalização do caso:
"Eles usam a História como uma forma de fazer política. Não é considerada uma ciência pelo governo polaco, é uma ferramenta de sensibilização nacional. Eles querem pôr fim a todos os debates acerca de como alguns polacos colaboraram com o regime nazi ou participaram na matança de judeus."
A questão também é sensível na Hungria: mais de meio milhão de judeus húngaros perderam a vida no Holocausto.