Como impedir massacres nas escolas norte-americanas? O presidente Donald Trump tem a solução: armar os professores
No encontro de quarta-feira com sobreviventes do tiroteio da semana passada numa Escola Secundária em Parkland, no estado da Florida, no qual morreram 17 pessoas, Trump defendeu que os professores devem estar armados e treinados para disparar.
Há uma semana, Nikolas Cruz, um ex-aluno de 19 anos entrou na escola secundária em Parkland e começou a disparar. Uma das vítimas mortais foi o treinador Aaron Feis, que tentou proteger os alunos. Trump evocou este exemplo para dizer que se Feis tivesse uma arma teria podido matar o atirador:
"Um professor habituado a usar armas de fogo poderia ter rapidamente posto fim ao ataque. Os professores deveriam ter um treino especializado de uso de armas e as escolas deveriam deixar de ser zonas livres de armas. Os maníacos são cobardes e uma zona livre de armas é um convite a entrar e atacar, porque sabem que não vão ser alvejados."
Há já quem acuse Donald Trump de querer, com esta medida, arranjar mais clientela para a indústria do armamento. Os professores e os pais dos alunos não parecem encantados com a proposta do presidente:
"Sou contra a ideia de ter um professor armado na escola. Como todas as pessoas, os professores têm emoções, e este é um fator de peso", disse Brandon Thompson, professor de uma escola em Washington DC.
Uma crítica partilhada por Mark Barden, pai de um alunos mortos no massacre de 20 crianças e seis educadoras em 2012, na escola primária de Sandy Hook, em Newtown, Connecticut.
"São já suficientemente exigentes as responsabilidades dos professores na escola, não podemos impôr-lhes a terrível responsabilidade do uso de força letal para tirar uma vida. Ninguém quer ver um tiroteio numa escola e um sociopata perturbado que não hesitará em cometer um assassinato porque está decidido a suicidar-se no fim e não é um professor armado que o vai dissuadir. O palno deles é mesmo matar e suicidar-se", disse Barden.