Cerca de 534 mil crianças vivem em "situação muito difícil" em campos insalubres e superlotados, naquele país, e estimou que mais de 185 mil permanecem ainda no estado de Rhakine na antiga Birmânia, sujeitas à violência e à negação dos seus direitos mais básicos, informou a UNICEF.
A UNICEF pede ajuda para proteger mais de 720 mil crianças Rohingya durante a temporada das monções
O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância no Bangladesh, Edouard Beigbeder, informou, esta sexta-feira, que cerca de 534 mil crianças vivem em "situação muito difícil" em campos insalubres e superlotados, naquele país, e estimou que mais de 185 mil permanecem ainda no estado de Rhakine na antiga Birmânia, sujeitas à violência e à negação dos seus direitos mais básicos.
Com a chegada das monções ao sudeste asiático, a situação pode piorar.
"Se um ciclone atravessar o campo, que se tornou a quarta maior cidade, uma cidade de de bairros da lata do Bangladesh, podemos ter enfrentar uma situação muito difícil", afirma Beigbeder.
A UNICEF pediu ao Governo do Bangladesh que atribua o estatuto de refugiados, aos Rohingyas, de modo a facilitar a deslocalização das pessoas.
Estima-se que mais de 700 mil Rohingyas tenham atravessado a fronteira entre o Myanmar e o Bangladesh desde o final de agosto do ano passado.
Todas as semanas chegam mais, como confirma o porta-voz da UNICEF, Simon Ingram: "Creio que se estamos à procura de um indicador da situação no terreno: as pessoas continuam, ainda a chegar ao Bangladesh, algo como mil ou mais por semana. Acredito que esse número fala por si, sobre a situação no terreno, a ansiedade, o medo, a contínua ameaça que a violência tem sobre essas pessoas, essas comunidades".
Esta sexta-feira, a organização não-governamental Human Rights Watch pediu ao Governo birmanês para parar a demolição das aldeias Rohingyas abandonadas.
O êxodo desta minoria étnica começou no final de agosto de 2017 durante a operação militar no estado de Rhakine, no oeste do Myanmar.