Genro de Trump perde acesso a dossiers confidenciais

Genro de Trump perde acesso a dossiers confidenciais
De  Luis Guita
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Jared Kushner já não tem acesso à informação mais sensível da Casa Branca. A decisão levanta a questão da capacidade do genro do Presidente dos EUA em conduzir as negociações extremamente difíceis no Médio Oriente.

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Jared Kushner, genro e um dos conselheiros mais próximos de Donald Trump, já não tem acesso à informação mais sensível da Casa Branca. A decisão pode tornar a missão principal de Kushner - o processo de paz no Oriente Médio - ainda mais difícil.

Antes de se tornar um influente - mas discreto - conselheiro da Casa Branca, o marido de Ivanka Trump desempenhou um papel fundamental na campanha do Presidente norte-americano.

Até agora, Kushner tinha acesso às informações classificadas mais sensíveis, mas a sua autorização de acesso era apenas temporária.

O executivo norte-americano decidiu rever em profundidade os procedimento de atribuição destas autorizações, depois de se saber que um outro conselheiro, Rob Porter, tinha trabalhado durante meses com Trump, sem ter obtido uma autorização completa, que resulta de investigações a que se têm de submeter todos os que têm acesso à ‘West Wing’, a Ala Oeste da Casa Branca, centro nervoso da Presidência.

Sob anonimato, duas fontes confirmaram as informações do sítio Político, segundo as quais Jared Kushner já não tem acesso às informações ‘top secret’.

John Kelly, secretário-geral da Casa Branca, empenhou-se em reafirmar a sua confiança em Kushner, através de um comunicado breve.

Mas a questão de reduzir a autorização de segurança de Kushner, que acontece a dias de uma visita do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prevista para 5 de março, levanta a questão da capacidade do genro do 45.º Presidente dos EUA em conduzir as negociações extremamente difíceis no Médio Oriente.

Para Aaron David Miller, antigo negociador deste ‘dossier’ sensível, o risco está desde logo ligado à perda de “credibilidade” junto dos seus diversos interlocutores. “Eles sabem que ele não pode ler tudo o que se diz sobre eles”, sublinhou, em mensagem colocada na rede social Twitter.

Segundo o Washington Post, os contactos de Kushner com alguns responsáveis estrangeiros suscitaram inquietação no seio da Casa Branca.

E já terá agido sem informar o Conselho de Segurança Nacional, para grande irritação do general H. R. McMaster, que o dirige.

Alguns no seio do próprio governo também se inquietam com a influência que alguns interlocutores estrangeiros têm sobre Kushner, devido à sua ausência total de experiência diplomática, mas também às suas dificuldades financeiras e às zonas de sombra que envolvem alguns dos seus negócios.

O jornal evoca em particular as interrogações de vários responsáveis da Casa Branca sobre a “ingenuidade” deste jovem conselheiro e o risco de se fazer “enrolar na farinha” por alguns dos seus contactos, que insistem em ter relações exclusivas com ele.

O nome de Jared Kushner também já apareceu no inquérito da polícia federal (FBI, na sigla em Inglês), que está agora a ser conduzido pelo procurador especial Robert Mueller, a uma eventual coordenação entre membros da campanha eleitoral de Trump e dirigentes russos.

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