Le Pen arguida na Justiça francesa por difusão de imagens violentas

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De  Antonio Oliveira E Silva com AFP
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A líder da Frente Nacional diz que se ultrapassam os limites da decência na perseguição política.

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Marine Le Pen, a presidente do partido Frente Nacional (extrema-direita), foi constituida arguida em Nanterre ( região de Paris) por ter difundido fotos de atos de extrema violência, alegadamente levados a cabo pelos jiadistas do autoproclamado Estado Islâmico ou Daesh (sigla em língua árabe).

Para a difusão das imagens, Marine Le Pen recorreu à rede social Twitter.

Le Pen reagiu à decisão da Justiça, dizendo que "noutro país, teria recebido uma medalha" e que "a perseguição política já nem se importava com os limites da decência."

Marine Le Pen decidiu dar a conhecer as imagens depois de um jornalista ter comparado o seu partido, a Frente Nacional, com o grupo Estado Islâmico. Pouco mais de um mês depois dos ataques de Paris e de Saint-Denis, a líder do FN decidiu partilhar um conjunto fotos, para "mostrar a diferen4a" entre o seu partido e o grupo de jiadistas.

Nas imagens, era possível ver um soldado sírio a ser esmagado vivo por um tanque, um piloto jordano queimado vivo enquanto se encontrava detido e uma foto do jornalista James Foley, dos Estados Unidos, decapitado.

Na legenda, Marine Le Pen colocou "Isto é o Daesh."

Críticas no seio da classe política 

As críticas da classe política francesa não se fizeram esperar. A Justiça deu então início a um inquérito, depois dos do então ministro do Interior (Administração Interna), Bernard Cazeneuve, ter mencionado as fotos à Polícia Judiciária.

Marine Le Pen tinha retirado, no entanto, uma das fotos, depois de ter sido divulgado um comunicado dos pais do jornalista James Foley, que se diziam "profundamente chocados" com a iniciativa da líder da Frente Nacional.

O artigo 22-24 do Código Penal francês prevê uma punição para a difusão "de uma mensagem com caráter violento, que incite ao terrorismo, de natureza pornográfica ou de natureza suscetível de ser vista por um menor."

Prevê-se uma multa de até 75 mil euros e até três anos de prisão.

Em 2017, o Parlamento Europeu levantou a imunidade de Marine Le Pen, na altura europdeputada.

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