HSBC e da Societé Generale decidiram fechar de forma unilateral, respetivamente, a conta pessoal da líder da extrema direita francesa e as do partido Frente Nacional
A francesa Marine Le Pen recorreu a um termo islâmico para a acusar os bancos franceses de a estarem a atacar a ela e ao partido que lidera, a Frente Nacional.
A candidata presidencial francesa, derrotada em maio por Emmanuel Macron, diz estar em curso uma “fatwa bancária” contra o partido da extrema-direita e denuncia “uma decisão política” do banco francês Société Générale em banir a Frente Nacional da sua carteira de clientes.
O que é uma “fatwa”?
É um pronunciamento legal emitido por um especialista em lei religiosa, um clérigo ou um mufiti, sobre um determinado assunto. No ocidente, o termo é usado como sinónimo de uma pena de morte ditada por um clérigo do Islão. O termo tornou-se mais popular no ocidente quando o aiatolá do Irão declarou, no final da década de 80 do século XX, Salman Rushdie como inimigo do Islão e pôs a cabeça do escritor britânico a prémio por causa do livro “Os Versículos Satânicos.”
in, jornal Expresso, de 30 de março de 2016
Acusando “oligarcas financeiros” não identificados de tentarem “abafar a oposição”, a líder da extrema-direita sublinhou que este corte unilateral por parte do banco deixa a Frente Nacional “privada de receitas provenientes de doações ou de adesões [ao movimento], colocando o partido em grandes dificuldades e impedindo o seu normal funcionamento.”
Le Pen revelou também ter recebido de manhã um telefonema do “patrão” do banco britânico HSBC. “Ele anunciou-me o fecho da minha conta pessoal”, disse.
“Vamos apresentar uma queixa por discriminação política. Apelo aos nossos executivos, aos nossos 11 milhões de eleitores e, de uma forma geral, a todos os franceses que defendem a democracia a tirarem [daqui] todas as consequências desta ‘fatwa’ bancária de que somos vítimas”, afirmou Marine Le Pen.
“Nous déposerons plainte pour discrimination politique. J’en appelle à nos cadres, à mes 11 millions d‘électeurs, et plus généralement à tous les Français qui défendent la démocratie, à tirer toutes les conséquences de cette fatwa bancaire dont nous sommes victimes !” #ConfMLPpic.twitter.com/m4oSVSRoyw
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 22 de novembro de 2017
Nenhum dos bancos justificou as respetivas decisões, escusando-se no sigilo bancário que devem aos clientes.