RexTillerson despede-se sem agradecer a Trump

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No discurso de despedida da Secretaria de Estado norte-americana, Rex Tillerson avisou a Rússia de um potencial isolamento, elogiou o Departamento de Estado e agradeceu aos americanos. A única menção a Trump foi para deixar saber que o telefonema que recebeu do Presidente foi tardio.

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Rex Tillerson jurou servir os Estados Unidos como Secretário de Estado da administração Trump a 1 de Fevereiro do ano passado e foi Trump que o despediu pouco mais de um ano depois. 

O lugar será, a partir da meia-noite de 31 de março, de Mike Pompeo. O atual diretor da CIA é publicamente bastante menos divergente das posições de Trump, seja quanto ao acordo nuclear com o Irão seja quanto à abordagem com a Coreia do Norte, tal como reiterou Donald Trump:

"O Rex e eu temos vindo a falar disto há algum tempo. Demo-nos bastante bem, mas há coisas em que discordamos. Quando se olha para o acordo com o Irão, eu acho que é um acordo terrível; ele pensava que era OK. Eu queria ou quebrá-lo ou fazer algo e ele pensava de modo diferente. Portanto, não pensávamos do mesmo modo."

Tillerson reagiu, sem ter agradecimentos para Trump. A única referência ao Presidente revelou que o telefonema que dele recebeu aconteceu 3 horas depois do anúncio da sua substituição por Mike Pompeo via Twitter.

Disse ainda que a Rússia corria o risco de isolamento e fechou com um agradecimento ao povo norte-americano:

"Termino agradecendo a todos pelo privilégio de servir ao vosso lado nos últimos 14 meses. Especialmente aos mais de 300 milhões de americanos: obrigado pela vossa devoção a uma sociedade livre e aberta, a atos de bondade para com os outros, à honestidade e ao silencioso e duro trabalho que fazem todos os dias para apoiar este governo com os vossos dólares de impostos."

Um agradecimento mais perto do povo, mais longe da presidência.

Hans Nichols, jornalista da NBC para a euronews, enquadra desde Washington o afastamento de Tillerson:

"Isto parece resumir-se ao Presidente querer uma equipa sua preparada a tempo para as potenciais negociações diretas entre o presidente Trump e Kim Jong-un. Onde serão essas negociações ainda não se sabe, mas sabe-se que Mike Pompeo terá um papel crucial na preparação do presidente para as fazer.

A substitui-lo na CIA vai estar Gina Haspel, figura controversa dado o seu papel no início dos anos 2000 em prisões fora do território americano e atos de tortura.

E o que significa isto em termos de política externa? Pode dizer-se que se pretende uma abordagem mais incisiva com a Coreia do Norte."

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