Fórum Mundial da Água começa no Brasil e Portugal está presente

A reprodução à escala real do elétrico 28 no Pavilhão de Portugal
A reprodução à escala real do elétrico 28 no Pavilhão de Portugal Direitos de autor Sergio Dutti/8º FMA
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De  Euronews com Lusa
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Ministro do Ambiente português deverá discutir em Brasília com a homóloga espanhola a Convenção de Albufeira e a mina de urânio de Retortillo

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O Presidente brasileiro, Michel Temer aproveitou a abertura do Fórum Mundial da Água, em Brasília, para avisar que a degradação ambiental que ameaça os recursos hídricos é um sinal de que "o mundo já não poder perder mais tempo".

Na abertura do Fórum, que reúne até sexta-feira cerca de 30 mil participantes, incluindo o ministro português do Ambiente, João Matos Fernandes, o líder brasileiro disse haver "um consenso de que a vida na Terra estará ameaçada sempre que não se respeitem os limites da Natureza."

A UNESCO reforçou o aviso do presidente brasileiro com o lançamento de um relatório preocupante sobre a evolução hídrica do planeta. Este organismo das Nações Unidas estima que, "se nada for feito, em 2050, cinco mil milhões de pessoas vão viver em zonas com escassez de água."

Michel Temer sublinhou que "o planeta é só um" e que "as soluções devem ser conjuntas e articuladas" entre a comunidade internacional.

O líder brasileiro citou dados das Nações Unidas segundo os quais dois mil milhões de pessoas não têm abastecimento seguro de água em casa e relacionou diretamente à própria vida o acesso a este recurso e ao saneamento.

O Fórum Mundial da Água, organizado pelo Conselho Mundial da Água, é realizado a cada três anos desde 1997 e é considerado o principal evento sobre recursos hídricos do mundo.

Nesta edição, em Brasília, estão representados governos, organizações e empresas de cerca de 150 países.

Temer foi anfitrião, na abertura deste Fórum, de outros chefes de Estado, incluindo os parceiros da Comunidade de Países de Língia Portuguesa de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, da Guiné-Bissau, José Mário Vaz e de São Tomé e Príncipe, Evaristo Carvalho.

Também presentes em Brasília estiveram o chefe de Estado da Guiana, David Granger, e da Hungria, János Áder, além dos primeiros-ministros de Marrocos, Saadedín Otmani, e Coreia do Sul, Lee Nak-yeon, do presidente da Assembleia-Geral da ONU, Miroslav Lajcak, e da diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.

Maior presença portuguesa de sempre

Portugal tem a maior presença de sempre neste 8.º Fórum Mundial da Água, o primeiro a ter lugar no hemisfério sul e num país de língua portuguesa. O evento pretende abranger as componentes política, técnica, regional e jurídica.

Pelo pavilhão de Portugal vão passar políticos - o ministro do Ambiente, o secretário de Estado do Ambiente, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e deputados -, especialistas, empresários e representantes de entidades como a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR), Águas de Portugal ou Associação Nacional de Municípios.

O pavilhão de Portugal também vai receber responsáveis dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, vai aproveitar o evento para se encontrar com a ministra espanhola com a tutela desta área para analisar assuntos comuns, como a Convenção de Albufeira (para gerir as bacias hidrográficas comuns), ou a mina de urânio de Retortillo que tem tido várias críticas dos ambientalistas e autarcas da região - portuguesa e espanhola.

Os grandes temas em análise no Fórum são nove - água e clima, água e saneamento, água e desenvolvimento, água e cidades, água e ecossistemas, água e financiamento, água e partilha, água e capacitação, e água e 'governance', divididos em 32 tópicos que serão debatidos em 140 sessões.

Na discussão de cada tema será abordada a situação em cada região do mundo.

Portugal ficou com a responsabilidade de conduzir todo o processo regional da Europa. Foram realizados encontros e inquéritos aos países europeus para elaborar um documento a definir as prioridades por áreas, que será apresentado durante o Fórum.

O Fórum integra ainda iniciativas dedicadas a grupos específicos, como os consumidores, os jovens ou as crianças, num esforço para a sensibilização para a importância da água.

O Fórum, organizado pelo Conselho Mundial da Água, integra iniciativas dedicadas a grupos específicos, como os consumidores, os jovens ou as crianças, num esforço para a sensibilização para a importância da água.

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(Lusa: HB/EA)

Outras fontes • Francisco Marques

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