'Caso Skripal': EUA admitem novas medidas contra a Rússia

Olho por olho, dente por dente. A Rússia aplicou o princípio de reciprocidade aos Estados Unidos e decidiu expulsar 60 diplomatas americanos, numa resposta igual à decisão da semana passada de Donald Trump.
No entanto, a diplomacia americana censurou a 'lei de talião' aplicada por Moscovo neste processo e ameaçou tomar novas medidas para o futuro.
"Não há qualquer justificação para a reação russa”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, durante um encontro com jornalistas, acrescentando: “Reservamo-nos o direito de responder. As opções estão a ser examinadas”.
Heather Nauert lembrou ainda que os russos quebraram a convenção sobre as armas químicas ao usar o agente neurotóxico Novichok e que isso é algo que os Estados Unidos "levam muito a sério".
A escalada de tensão entre os dois países surge na sequência do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e da filha Yulia em Salisbury, no Reino Unido. Os dois estão internados no hospital desde o dia 4 de março, num caso em que a Rússia continua negar todas as acusações.
No entanto, mais de 20 países já se mostraram solidários com os britânicos e expulsaram mais de duzentos diplomatas russos nas últimas duas semanas.
Por sua vez, a Federação Russa anunciou a expulsão de 83 diplomatas ocidentais: 60 norte-americanos e mais 23 britânicos, já expulsos entretanto.
“Quanto aos outros países, (a resposta de Moscovo) vai ser idêntica no que respeita ao número de pessoas que vão ter de abandonar a Rússia”, disse esta quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.