É a primeira vez que a jovem Prémio Nobel vai a Mingora, no vale de Swat, desde que sobreviveu a um atentado talibã
A jovem Prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai visitou este sábado a cidade-natal de Mingora, no vale de Swat, no noroeste do Paquistão, pela primeira vez desde que, em 2012, os talibãs a tentaram matar com um tiro na cabeça.
A visita foi possível com recurso a um helicóptero militar e rodeada de fortes medidas de segurança. A jovem, hoje com 20 anos, fez-se acompanhar pela família e pela ministra paquistanesa da Informação.
Ícone mundial da luta contra o extremismo e pelos direitos das mulheres à educação, Yousafzai foi acolhida com entusiasmo por um grande número de estudantes de Mingora.
Uma rapariga que frequenta a mesma escola por onde ela passou explica que está "muito contente com a [sua] vinda ao Paquistão", acrescentando que está "do seu lado na sua missão".
Mas se Malala é celebrada de forma quase unânime no Ocidente, continua a ser uma personagem controversa no Paquistão, onde uma parte da população a vê como um "agente do estrangeiro", manipulada para prejudicar a imagem do país.
Um residente local diz que ele e a família foram "os que lutaram contra os talibãs e viram as casas destruídas e foram assassinados" e pergunta "o que fez de corajoso Malala Yousafzai nestes 7 ou 8 anos que [eles] não tenham feito em 50".
E, apesar da militância da ativista pelo acesso à educação, a principal associação de escolas privadas do Paquistão organizou um protesto, por ocasião da visita, sob o lema: "Eu não sou Malala".