Escândalo de doping na Rússia atinge Federação Internacional de Biatlo

O presidente da Federação Internacional de Biatlo (FIB) suspendeu o cargo esta quinta-feira na sequência de uma investigação anticorrupção aberta ao organismo pelas autoridades austríacas.
Anders Besseberg, de 72 anos, é suspeito de ter recebido mais de 240 mil euros para esconder pelo menos 65 casos de doping, incluindo atletas russos apanhados no recente escândalo que implica inclusive o Kremlin, revelou o jornal norueguês Verdens Gang.
As suspeitas constam de um relatório confidencial da Agência Mundial Antidopagem.
A investigação, que motivou buscas pelas autoridades à sede da federação, implica também a alemã Nicole Resch. A até agora secretária-geral da FIB foi suspensa, informou o organismo num comunicado em que também revela ter aceite o pedido de Besseberg se afastar enquanto durar a investigação.
O jornal francês Le Monde acrescenta a revelação de um sistema de corrupção destionado a proteger interesses da Rússia no biatlo.
O diretor da agência austriaca antidopagem escusou-se a comentar a investigação em curso.
Michael Cepic Garante estar em estreito contacto com o Ministério Público, a Polícia Federal e a Agência Mundial Antidopagem devido às suspeitas de corrupção na liderança da FIB.
Besseberg e Resch terão sido pagos pelo vice-presidente do organismo, o russo Alexandre Tikhonov, e o chefe da missão russa nos Jogos olímpicos de inverno de Sochi, em 2014.
Presidente do organismo desde 1993, Ander Besseberg diz-se inocente e, numa entrevista concedida quarta-feira a televisão pública norueguesa, garante ter apenas seguido as regras e não ter nada a esconder.