Sarkisian demite-se na sequência de protestos

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Direitos de autor REUTERS/Vahram Baghdasaryan/Photolure
De  Euronews com AFP / EFE
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Onze dias de manifestações levam primeiro-ministro arménio a abandonar o cargo

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Festejos nas ruas de Ierevan, depois de onze dias de protestos que resultaram finalmente na queda do primeiro-ministro da Arménia, Serzh Sarkisian.

Milhares de arménios multiplicaram, nos últimos dias, as manifestações dentro e fora do país, desde que o Parlamento tinha nomeado o antigo presidente para a chefia do governo.

Cedendo à pressão nas ruas, Sarkizian anunciou a demissão num comunicado, justificando o afastamento com o objetivo de manter a paz no país.

A contestação contra o primeiro-ministro e ex-chefe de Estado constitui o maior movimento de protesto na Arménia em mais de uma década.

Os opositores acusavam Sarkisian de tentar manter-se no poder, a todo o custo, depois de dez anos como presidente.

A Arménia viu aprovada, em 2015, uma reforma constitucional que entrou em vigor este ano, com o objetivo de passar de uma república presidencial para parlamentar, com o poder político concentrado nas mãos do primeiro-ministro e com o cargo do chefe de Estado relegado para um papel essencialmente simbólico.

Este domingo, centenas de militares tinham aderido aos protestos na capital, que reuniram ontem mais de 160.000 pessoas em Ierevan. O Exército tinha condenado a participação, decretada como ilegal, e prometido castigos pesados. Ao mesmo tempo, as autoridades tinham ordenado a detenção dos líderes da oposição que convocaram as manifestações contra o primeiro-ministro.

A demissão de Sarkisian abre agora um momento de incerteza política na Arménia mas, para já, o momento é de celebrações nas ruas de Ierevan.

Para colmatar provisoriamente o vazio de poder, o governo arménio nomeou Karen Karapetian como primeiro-ministro interino, substituindo Sarkisian. Designado na sequência de uma reunião extraordinária do executivo, Karapetian regressa assim ao cargo que exerceu entre setembro de 2016 e onde se mantinha até, recentemente, ao dia 9 de abril.

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