Ataques aos jornalistas ameaçam liberdade de imprensa

Ataques aos jornalistas ameaçam liberdade de imprensa
Direitos de autor REUTERS/Denis Balibouse
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De  Isabel Marques da Silva
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O assassinato, há seis meses, da jornalista de investigação maltesa Daphne Caruana Galizia é um exemplo da crescente tendência de crimes contra os jornalistas e uma das maiores ameaças à liberdade de imprensa, que se celebra a cada 3 de maio.

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O assassinato, há seis meses, da jornalista de investigação maltesa Daphne Caruana Galizia é um exemplo da crescente tendência de crimes contra os jornalistas, os quais acabam 90 por cento das vezes impunes.

Num debate, em Bruxelas, por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que se celebra a 3 de maio, um dos filhos da jornalista, Andrew Caruana Galizia, disse que "o meu receio é que as pessoas que preencheram o espaço deixado vago após o assassinato da minha mãe não estejam a receber todo o apoio de que necessitam, e que não seja apenas apoio financeiro - que é obviamente necessário -, mas também apoio moral vindo de fora de Malta, vindo das instituições europeias".

Em 2017, 46 jornalistas morreram em serviço, dos quais 18 assassinados. Na prisão estão 262 jornalistas, dos quais 49 na China, segundo dados do Comité para a Proteção dos Jornalistas.

O silenciamento dos jornalistas é uma das maiores ameaças à liberdade de expressão, de acordo com o relatório da UNESCO sobre Liberdade de Expressão e Desenvolvimento da Imprensa, de 2017/2018.

Esta agência da ONU alerta, ainda, para o ataque contra a credibilidade dos jornalistas por parte de movimentos populistas e de regimes autoritários.

Outra preocupação são as chamadas "notícias falsas", veiculadas, sobretudo, pelas redes sociais.

Contudo, um jornalista e ativista russo, Roman Dobrokhorov, está otimista sobre o futuro da profissão: "O nosso website jornalístico " Insider " surgiu devido às novas oportunidades oferecidas pela internet e pelas redes sociais para disseminar informações sobre as ligações do presidente Vladimir Putin ao crime organizado, ou sobre a corrupção na Rússia, ou sobre a guerra na Ucrânia. Isso só é possível por causa das redes sociais e dos blogers que nos ajudam a espalhar essa informação".

Em termos de tendências positivas para a liberdade de imprensa e de expressão é de notar o fato de que quase metade da população mundial tem acesso à internet. 

Por outro lado, 112 países têm agora leis sobre liberdade de informação.

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