O governo das Honduras já se manifestou contra a decisão, que pode obrigar 44 mil hondurenhos a regressar ao país.
Não somos delinquentes como nos querem pintar a nós, aos hispânicos
Imigrante hondurenha nos EUA
Enquanto centenas de migrantes, muitos deles hondurenhos, esperam em Tijuana, no México, uma oportunidade para entrar nos Estados Unidos, o governo das Honduras reagiu à decisão da administração Trump de revogar o TPS (Temporary Protection Status) - programa de proteção de que os imigrantes das Honduras beneficiam desde o furacão Mitch em 1999.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros condenou a medida, que pode significar o regresso de dezenas de milhares de pessoas às Honduras: "O governo da República das Honduras reconhece que esta é uma decisão soberana do governo americano, através da administração Trump. No entanto, lamenta profundamente o cancelamento do programa TPS, que vai afetar 44 mil dos nossos compatriotas", disse José Isaías Barahona.
Direta e indiretamente, a medida pode vir a afetar até 57 mil pessoas. Contra a revogação do TPS, um grupo de defesa dos direitos dos migrantes organizou uma conferência de imprensa em Los Angeles. Iris Costa é hondurenha e pode ser deportada como consequência da decisão de Trump: "Estou neste país há 27 anos. Cheguei em 1992 e não me lembro de nada no meu país natal. Desde que tenho o TPS que tenho contribuído para este país. Pago os meus impostos. Não somos delinquentes como nos querem pintar a nós, aos hispânicos", disse.
A decisão de revogar este estatuto afeta não só os imigrantes das Honduras, mas também de El Salvador, que são cerca de 200 mil, a maior comunidade a viver neste programa a beneficiar deste programa de proteção. Os salvadorenhos estão abrangidos desde os terramotos de 2001.